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5 negócios de cicloturismo urbano pelo Brasil

Por 18 de abril de 2023Cicloturismo, Notícias

As empresas que promovem passeios turísticos de bicicleta estão ganhando cada vez mais espaço nas cidades do Brasil

Conhecer uma cidade, explorar um bairro ou seguir uma rota histórico-cultural pedalando é, além de gostoso e divertido, a maneira mais rápida de criar conexões fortes com o local. Essa é a proposta do Cicloturismo Urbano, uma modalidade de turismo por bicicleta, que vem ganhando espaço nas grandes cidades.Tanto que as empresas espalhadas pelo país já começam a se organizar e se fortalecer ao criar a Rede Bike Tour, que hoje conta com 14 agências.

Os passeios dessa modalidade de turismo em geral são para grupos de cinco a dez pessoas, duram de três a cinco horas, percorrem distâncias médias de 12 quilômetros e possuem um roteiro determinado que pode ser baseado em fatos históricos, monumentos, arte urbana etc.

As empresas em geral nascem a partir da paixão de pessoas pela bicicleta, pelo território e por contar histórias. E o público são turistas, moradores locais e, principalmente, empresas que podem fechar passeios para seus clientes ou funcionários.

“Tem muita gente que, pela correria do dia, acaba não conhecendo o próprio bairro, suas histórias e suas belezas”, explica Rogério Rai, da Pedale-se, que possui rotas de cicloturismo na região de São Miguel Paulista, um bairro na Zona Leste de São Paulo, repleto de histórias ligadas principalmente aos indígenas. “Quando se pensa em turismo em São Paulo, logo vem o Centro Histórico, avenida Paulista etc. Queremos mostrar outros pontos de interesse na periferia, como a Capela de São Miguel, que é uma das mais antigas da cidade, os murais de arte urbana e toda a história que aconteceu por aqui.”

Os turistas estrangeiros têm procurado cada vez mais este tipo de passeio no lugar dos tradicionais city tours feitos de dentro de uma van ou ônibus. A TurisBike Bahia opera em Salvador com roteiros pelas praias, centro histórico e cidade baixa. “Este ano começamos também a trabalhar com os navios que aportam aqui na Capital. Os turistas chegam e saem pedalando do porto para conhecer a cidade”, explica Moisés Oliveira.

O modelo de negócio varia muito entre as empresas e conta com a criatividade dos seus proprietários para achar as melhores soluções para os desafios. Um deles é a frota de bicicletas. Quem não possui uma precisa encontrar alternativas. A La Ursa, que atua no Recife, tem um acordo com a TemBici para ter as bicicletas disponíveis para os turistas. “Ligamos na noite anterior ao passeio e a empresa disponibiliza o número de bicicletas que precisamos na estação que vamos sair”, explica Roderick Jordão, que para aumentar a divulgação dos seus serviços, entrou também na rede Airbnb.

A Camelo Bike Tour, de Brasília, além de atender os turistas que chegam a cidade, tem uma parceria com o Shopping Conjunto Nacional e organiza um passeio mensal patrocinado pela empresa. “Esta é uma maneira de a gente poder democratizar esse rolê, pois ele é gratuito. Qualquer pessoa pode participar”, explica Graco Santos. “Também trabalhamos com grupos que são fechados por embaixadas, empresas e até escolas.”

Também tem quem esteja mais no começo da operação, entendendo como unir propósito a um modelo de negócio. O grupo Pedala Preta se formou no ensejo do projeto Bikeatona do Aromeiazero em Macaé, que ofereceu mentorias e um microfinanciamento para o começo da operação. O objetivo também é mobilizar  mais mulheres, sobretudo mulheres negras, na cultura da bicicleta. “Estou na fase de divulgar o cicloturismo urbano para as pessoas e também apresentar este projeto para as empresas”, explica Cíntia da Silva do Espírito Santo.

Os preços variam bastante e podem começar por R$ 90 e chegar a R$ 460, de acordo com a duração, local e tamanho do grupo. Este tema é também um dos maiores desafios para quem decide empreender nessa área. “Muitas vezes a conta não fecha, pois o preço do passeio acaba nem cobrindo os gastos que temos”, explica Rai. “E pode sair caro para quem vai passear e não remunera quem leva.” Roderick, da La Ursa, explica que a sua empresa acaba concorrendo com os tours de carro para Porto de Galinha, por exemplo. Por isso, a solução encontrada – e almejada – por muitas das agências são os passeios comprados por empresas para ofertar aos seus clientes ou funcionários. Taí um bom presente!

E você, já fez um rolê pela sua cidade? Abaixo, cinco opções:

Camelo Bike Tour (Brasília-DF) – Oferece três roteiros (Eixo Monumental, Eduardo & Mônica e 4 Escalas de Lúcio) que passam por pontos turísticos da capital do Brasil e contam muitas histórias sobre a cidade. Siga em @camelobiketour

La Ursa (Recife-PE) – Os turistas podem optar entre dois roteiros fixos: da zona sul da cidade até o centro histórico e, partindo do centro histórico até a vizinha Olinda. Este último tem uma parte do passeio feita a pé. Siga em@laursatours

Pedala Preta (Macaé-RJ) – O plano para o cicloturismo na cidade se divide em três trajetos: Histórico Cultural, Praias e Casinha de Barro. Siga em @pedalapreta

Pedale-se (São Paulo-SP) – É a primeira empresa a atuar na periferia da cidade de São Paulo. Possui três roteiros que contam as histórias indígena, negra e nordestina da região da Zona Leste, incluindo a visita à Capela de São Miguel, a mais antiga da capital. Siga em @pedalese_

TurisBike Bahia (Salvador-BA) – Os três roteiros da agência oferecem a oportunidade de conhecer o centro histórico, a cidade baixa ou as praias da capital baiana. Siga em @turisbikebahia

 

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Adriana Marmo

Sou jornalista, formada em Comunicação Social com habilitação em jornalismo na PUC de Campinas, conclusão em 1989. Há oito anos troquei o carro pela bicicleta como meio de transporte e, desde então, sou ativista da causa e me especializei em mobilidade urbana

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