Giro d’Italia 2025: Simon Yates campeão

O britânico Simon Yates (Visma) é o campeão do Giro d’Italia 2025. A grande volta italiana foi marcada por uma disputa muito aberta e um reviravolta na classificação geral no último fim de semana. Um desfecho com direito a troca de farpas entre o segundo e o terceiro colocados, o jovem mexicano Isaac del Toro (UAE) e o equatoriano Richard Carapaz (EF Education).

Yates (amarelo) se aproveitou da marcação entre os rivais e atacou para a vitória

Os dois latinos monopolizaram as atenções pelo título, porém, enquanto marcavam um ao outro na última etapa de montanha, viram a maglia rosa vestir-se com perfeição em Simon Yates. Um show do britânico e de sua equipe Visma.

 

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O feito é ainda mais memorável já que a subida decisiva, o Colle delle Finestre, foi a mesma que ‘quebrou’ o ciclista em 2018, quando ele liderava a prova com amplo domínio. Aos 32 anos, Yates chegou na Visma nesta temporada para ser gregário e soma agora sua segunda grande volta dele. Ele também venceu a Vuelta a España em 2018.

Van Aert foi um dos heróis do título da Visma, reforçando sua entrega ao time.

A conquista também marcou mais uma glória na conta do super-gregário Wout Van Aert. O belga começou o Giro pressionado, mas sai como um dos destaques. Seu papel tático para ajudar Yates na etapa decisiva foi incrível, assim como suas embaladas para as duas vitórias do sprinter neerlandês Olav Kooij. O polivalente belga ainda brilhou com uma vitória marcante na etapa com chegada em Siena. Um dos dias mais legais deste ano.

Giro d’Italia 2025: Classificações Completas

Camisas dominadas

O sucesso de Wout Van Aert nos últimos dias quase ofuscou o belo trabalho do dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek). Sem dúvida, o maior destaque individual deste Giro. O ex-campeão mundial venceu 4 etapas (três das cinco primeiras), vestiu a maglia rosa por cinco dias e conquistou a maglia ciclamino (classificação por pontos) liderando a disputa de ponta a ponta.

Mads Pedersen foi um dos protagonistas da volta italiana

O Rei da Montanha desta edição foi o italiano Lorenzo Fortunato (Astana). Ele levou a camisa azul com recorde de pontos acumulados. Seu companheiro de equipe, Christian Scaroni foi quem mais chegou perto na classificação geral. O ápice do sucesso dos dois foi chegaram de mãos dadas na única vitória de etapa italiana desta edição, no topo de San Valentino.

Fortunato (camisa azul) celebra a vitória de Scaroni (dir) em uma dobradinha da Astana

Abandonos mudam o jogo

Campeão em 2023, Roglic abandonou após inúmeros incidentes

A expectativa para o Giro desse ano era baseada no equilíbrio e na imprevisibilidade proporcionada pela ausência das grandes figuras, principalmente, o esloveno Tadej Pogacar. Em 2024, o esloveno da UAE levou 6 etapas e o Trofeu Senza Fini com quase 10 minutos de vantagem para o segundo colocado.

Entretanto, muita gente ficou pelo caminho com incidentes de prova. O primeiro foi Mikel Landa (Soudal), ainda na etapa inicial, na Albânia. Depois foram Jai Hindley, Giulio Ciccone, Primoz Roglic e Juan Ayuso. Ausências que afetaram substancialmente a dinâmica da disputa.

Presente e Futuro

Assim como no ano passado, o Giro sempre realça nomes em busca de um maior protagonismo na modalidade. Esse ano, o mexicano Isaac Del Toro não teve rival nesse sentido. Ele entrou para o rol dos grandes voltistas da atualidade. Foram 11 dias de rosa, uma vitória de etapa, a camisa branca, o título por equipes e o vice-campeonato.

A prova italiana também mudou o patamar do velocista neerlandês Casper Van Unden (PicNic), vencedor da etapa 4, do seu compatriota Dan Hoole e do italiano Giulio Pellizzari (RedBull Bora Hansgrohe). O jovem italiano, inclusive, se posiciona como a principal esperança para recolocar a Itália no topo de uma grande volta.

Papa Leão XIV recebeu os ciclistas, que pedalaram pelo Vaticano

Menção honrosa: Egan Bernal

A disputa deste ano deve ser lembrada pela bravura do colombiano Egan Bernal. Sua história já é bem conhecida. Campeão do Tour em 2019 e do Giro em 2021, ele sofreu uma grave lesão em 2022 – com mais de 20 fraturas –. Conviveu com dúvidas se voltaria até mesmo a andar.

Egan Bernal foi um dos pontos altos deste Giro d’Italia 2025

Contudo, ele terminou a prova na 7ª colocação. Foi a primeira vez que ele competiu em igualdade nas montanhas. Foram inúmeros ataques ao longo das duas primeiras semanas e merecia ter saído com ao menos uma etapa.

O abandono de dois dos seus melhores companheiros, Joshua Tarling e Brandon Rivera, além de duas quedas, tornaram o final de prova dele mais discreto. Entretanto, vê-lo valente, com a camisa de campeão colombiano, foi um ponto alto deste Giro.

Se liga no que falamos antes sobre a prova. Será que passamos perto? 

E você, o que achou do Giro?