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Circuito Raízes Coloniais, no Rio Grande do Sul, completa um ano com grande aprovação dos ciclistas e engajamento da comunidade ao redor

Por 27 de março de 2024Cicloturismo, Notícias

O circuito Raízes Coloniais, um percurso de 298 km no Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, acaba de completar um ano. Os gestores da rota, que é feita pelo Clube Santa Ciclismo, têm bons motivos para comemorar. Muito mais do que contabilizar o número de ciclistas ou o faturamento dos estabelecimentos parceiros, no primeiro ano de implementação de uma rota de cicloturismo, os resultados são bem mais sutis do que isso.

Para explicá-los, Carlos Correa da Rosa, presidente do Santa Clube e um dos idealizadores do circuito Raízes Coloniais, conta uma história que aconteceu bem na virada do ano, em 31 de dezembro de 2023, quando às 15 horas uma ciclista entrou em contato com ele para perguntar sobre hospedagem e alimentação, pois iniciaria naquele momento a sua cicloviagem.

“Fiquei muito preocupado com a ciclista, pois os municípios que fazem parte do circuito são pequenos e em uma data como o Rèveillon, tudo fecha ao meio dia”, lembra Carlos, que começou a dar alguns telefonemas para parceiros em Herveiras, a cidade onde ela chegaria naquele dia. “Conforme o previsto, tudo fechado. Mas instantes depois, começaram os retornos e, muito rápido, as pessoas se organizaram e conseguimos hospedagem em uma pousada e alimentação com outra família parceira. Até a secretária de turismo da cidade me ligou dizendo que, caso não tivesse sucesso, ela levaria a ciclista para jantar em sua casa. E, no fim deu tudo certo.”

Pois é este engajamento dos estabelecimentos e moradores ao longo do caminho um grande indicador de sucesso. “O envolvimento das pessoas em torno é claro e vem aumentando. Aos poucos, eles estão se apropriando do circuito”, diz Carlos. “Os 22 empreendimentos que fazem parte do circuito ainda não mudaram a economia e seus negócios em função do cicloturismo, mas com certeza eles estão tendo uma experiência diferente e rica com os ciclistas que estão chegando.”

Até o final do primeiro semestre, a entidade gestora fará um encontro com os parceiros para ouvir as críticas, sugestões e saber com mais detalhes como está sendo a parceria.

Mas, o maior desejo da equipe gestora para este ano é aumentar a frequência de turistas no circuito. De acordo com os passaportes, que todos sabem ser uma ferramenta que acaba subdimensionado os números, foram 50 ciclistas ao longo do ano a completar o trajeto. “Sabemos, pelos depoimentos que recebemos pelo instagram, que este número é bem maior. De qualquer maneira, nosso foco é atrair mais cicloturistas para cá, pois queremos que esta região se torne uma referência de cicloturismo no Rio Grande do Sul”, diz o gestor.

Segundo ele, os desafios enfrentados ao longo do ano foram todos dentro da normalidade, como o furto ou vandalismo de algumas placas. “Quando implantamos  a sinalização do trajeto com 157 placas em cada uma das encruzilhadas, fizemos também uma sinalização backup em mourões, postes ou outra superfície próxima a esta placa. Isso nos dá certa tranquilidade que nenhum ciclista iria se perder”, explica.

O circuito conta com o patrocínio da Germani Alimentos e Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) do Vale do Rio Pardo e tem ainda o apoio da Emater/RS, Aturvarp, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RGE e Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (EFASC).

O Circuito

Com 298 km, o percurso conta com o que há de melhor na riqueza cultural do Vale do Rio Pardo. O trajeto percorre municípios que compartilham de diversas tradições enraizadas pelas mais variadas culturas que colonizaram a região.

O circuito inicia e termina no município de Santa Cruz do Sul e passa por nove cidades, entre zonas rurais e urbanas: Vera Cruz, Vale do Sol, Herveiras, Sinimbu, Venâncio Aires, Passo do Sobrado, Vale Verde e Rio Pardo. Nas estradas rurais, ciclistas terão contato direto com agricultores familiares que foram assessorados pela Emater/RS.

SERVIÇO

Início e fim do circuito: Santa Cruz do Sul – RS.

Entidade gestora da trilha: Clube Santa Ciclismo

Percurso: 297 km

Duração: 5 dias

Altimetria acumulada: 5.639 m

Contato: @santaciclismo

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Adriana Marmo

Sou jornalista, formada em Comunicação Social com habilitação em jornalismo na PUC de Campinas, conclusão em 1989. Há oito anos troquei o carro pela bicicleta como meio de transporte e, desde então, sou ativista da causa e me especializei em mobilidade urbana

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