Skip to main content

TSW – a bicicleta que saiu das minas

Por 16 de novembro de 2023Indústria, Notícias

O Grupo JPP, dono da marca, trocou a mineração pelo ciclismo e vem investindo em bikes high end com capacidade de produzir 150 mil bicicletas/ano

Quando se pedala uma bicicleta TSW, tem toda uma história por trás que remonta aos anos 1950, época em que o Grupo JPP, criador da marca, iniciou seus negócios de mineração, extraindo e exportando minérios semipreciosos.  Mudanças econômicas e de target fizeram a empresa voltar seus olhos para o mercado da bicicleta em 2007, importando componentes para as montadoras brasileiras já vislumbrando o crescimento desse setor no país.

Mas a bike já estava presente na família Coelho Pinto, dona do Grupo JPP, antes dessa mudança. “A bicicleta faz parte de nossa vida desde a infância. Moramos em uma cidade plana que possui várias ciclovias e a bike é usada como meio de transporte desde sua fundação”, conta Rodrigo Coelho, um dos herdeiros e atual diretor da empresa, sediada em Governador Valadares (MG).

A marca TSW surgiu em 2012, com o objetivo de abastecer o mercado brasileiro com produtos high end, fazendo frente às bikes importadas. Apesar de serem fabricadas no estrangeiro, as bicicletas tinham qualidade internacional mas DNA brasileiro, fato que se consolidou a partir de 2016, quando passaram a ser montadas em fábrica própria em Governador Valadares.

“A instalação da fábrica em solo brasileiro ocorreu com a finalidade de melhorar ainda mais a qualidade das bicicletas e, ao mesmo tempo, reduzir os preços ao consumidor final”, conta Rodrigo. A partir daí, outras marcas se juntaram à empresa, como a Rava Cycling e a X-Time Parts, oferecendo uma gama completa de produtos para o mercado nacional.

Linha de montagem

Hoje, o complexo industrial da JPP, que segue no interior mineiro, tem capacidade para produzir até 150 mil bicicletas por ano. “Os investimentos em nossa linha de montagem são feitos gradativamente, de acordo com a demanda, sempre optando por maquinário de última geração importado da Europa e de Taiwan”, explica Rodrigo, acrescentando que a empresa conta com cerca de 200 colaboradores diretos somente no segmento de bikes.

Há mais de dez anos com registros de patentes no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), 80% dos quadros são desenvolvidos pelos setores de Engenharia e de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo JPP, mas o plano é chegar a 100% até o final de 2024. “Optamos pela fabricação dos nossos quadros na China e em Taiwan, onde é possível realizar o projeto desenhado no papel com muito mais design e qualidade em comparação aos quadros fabricados no Brasil”, ressalta o executivo.

No entanto, como toda indústria brasileira da bicicleta, a TSW também sofre com a alta tributação do setor, comprometendo, inclusive, seu potencial de exportação. “Um país onde se tributa o produto antes mesmo de ser produzido, virando custo, não consegue concorrer com a indústria global onde o tributo é recolhido somente na exportação”, adverte Rodrigo.

Mesmo assim, o Grupo JPP está sempre atento às novidades do mercado, com presença constante nos eventos nacionais e internacionais, além dos estudos do seu time de Pesquisa e Desenvolvimento. “Nossa meta é continuar oferecendo produtos no mercado que despertem o desejo do consumidor”, reforça o diretor.

O portfólio da TSW engloba bicicletas urbanas, para cicloturismo, MTB, estrada e infantis, além de acessórios, componentes e vestuário. “Nossas linhas evoluíram para bikes de maior performance visando o mercado médio e high end, sempre optando por componentes de ponta nas bikes. A linha recém lançada no dia 7 de novembro é a mais tecnológica de toda a história da empresa e do mercado”, conta Rodrigo.

Entre as bicicletas da linha 2024 apresentadas recentemente estão dois modelos de mountain bikes elétricas, a e-Quest e a e-Level, ambas com pedal assistido.  Além delas, a marca está lançando outras 14 bikes de carbono e de alumínio com full suspensions tanto para profissionais, como a Full Quest Racing Team, quanto para amadores.

Cultura do ciclismo

Para além da fabricação de bicicletas, a TSW investe na cultura do ciclismo em outras frentes. Uma delas são suas lojas conceito, onde o cliente tem o contato direto com toda a linha de produtos, de bikes a vestuários, com endereço em quatro cidades: a pioneira em Governador Valadares, Belo Horizonte (MG), Campos dos Goytacazes (RJ) e Mogi das Cruzes (SP).

Outra frente é a Equipe TSW Racing Team, criada para fomentar o mercado e estimular o esporte. Com seus atletas, a marca testa seus produtos e recebe um feedback sobre até onde conseguem ir nos quesitos qualidade e durabilidade. Entre os ciclistas que vestem a camisa da TSW estão Renato Rezende, que migrou do BMX para o MTB, Hercilia Najara, da elite feminina do mountain bike, e Iara Caetano, campeã panamericana e bi-campeã brasileira de XCE.

“O conceito do Grupo JPP é sempre suprir qualidade ao mercado, desenvolvendo produtos e separando suas marcas para atingir todos os tipos de consumidor de bicicleta, seja ele competidor, amador, até aqueles que utilizam a magrela como meio de transporte”, finaliza Rodrigo Coelho.

COMPARTILHE:
Paulo Cabral

Paulo Cabral é jornalista formado pela Universidade de Brasília com anos de experiência em rádio, TV e revistas. Ciclista de passeio, acredita na bicicleta como forma de ocupação sustentável e democrática das cidades.

Envie sua mensagem