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ProShock mira mercado internacional com a produção de suspensão 100% brasileira

Por 3 de julho de 2023Indústria, Notícias

A empresa transferiu sua fábrica para Guaramirim (SC) apostando em pesquisa tecnológica e desenvolvimento de produtos

A indústria brasileira enfrenta muitos obstáculos para se consolidar no mercado, mas nada que tirasse de cena a ProShock, a única fabricante de suspensão para bicicleta do país e da América Latina. Há trinta anos em atuação, a empresa tem um processo de criação, produção e desenvolvimento totalmente nacional, e no final de 2022 transferiu suas instalações de São José dos Campos (SP) para Guaramirim (SC) num movimento de expansão dos negócios.

“Nossa cadeia produtiva é suprida por fornecedores brasileiros e não há restrições em função de eventuais crises internacionais, o que resulta na possibilidade de aumentá-la sem limites. A cada produto vendido, os recursos movimentam toda uma cadeia brasileira, ou seja, o recurso investido na compra de um produto ProShock permanece no Brasil e é utilizado para gerar mais empregos, tecnologia e investimentos no nosso país”, conta César Tonoli, sócio-diretor da empresa.

Desde o início, quando nasceu nos fundos de uma casa do interior paulista, a ProShock vem se caracterizando por desenvolver sua própria tecnologia, tendo o investimento em pesquisa e desenvolvimento como um de seus carros-chefes. O resultado disso são produtos inovadores como a linha de suspensão Viber, com sistema de trava automático SVI, sem concorrente similar no mercado de reposição mundial. E, no momento, a empresa prepara o lançamento de uma nova linha com desenvolvimento próprio.

A mudança para Santa Catarina tem potencializado os investimentos no parque fabril. A ProShock conta com máquinas CNC, sendo uma delas de conceito suíço com oito eixos que permitem usinar peças simultaneamente. Ferramentas, softwares e impressora 3D também fazem parte do arsenal da empresa, assim como um laboratório completo para os testes de qualificação das suspensões.

Atualmente contando com cerca de 25 colaboradores, a projeção é dobrar esse número a médio prazo. “Além dos colaboradores diretos, temos influência em uma quantidade considerável de empregos no Brasil, pois toda a nossa cadeia produtiva é brasileira e, com o crescimento da empresa, estaremos aumentando o nosso consumo dentro dessa cadeia, gerando mais oportunidade de emprego”, analisa Tonoli.

Assim como a maioria das indústrias brasileiras, a ProShock enfrenta os problemas comuns a todos, como o excesso da burocracia, da tributação e da carga tributária trabalhista, que compromete a competitividade com o mercado internacional. Por causa disso, a empresa, com oito patentes e projetos industriais próprios no INPI, adota como estratégia o posicionamento de seus produtos no segmento “high-end”, já que os de baixo custo têm forte concorrência com as mercadorias estrangeiras, principalmente as chinesas, que são produzidas em escalas elevadas e, assim, conseguem melhores preços no comércio global.

“É necessário acompanhar de perto as tendências do mercado global para entendermos a direção que ele está apontando. Também é possível trabalhar identificando o perfil do consumidor e suas demandas para a criação de novos produtos ou serviços que possam gerar novas tendências”, afirma Tonoli.

“Durante a pandemia, fomos a primeira empresa a criar um curso online de manutenção de suspensões para bicicleta. Também somos a primeira e única empresa a fabricar uma suspensão para gravel com sistema de trava automática. Esse trabalho necessita de investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento incluindo as áreas de marketing, de assistência técnica e de atendimento ao consumidor”, completa.

Colômbia e Argentina são fregueses da ProShock, mas a competitividade tecnológica de seus produtos a faz olhar com atenção a potencialidade para aumentar as exportações. Novos mercados latino-americanos já estão na mira. Também de olho na Europa, a empresa tem produtos testados e certificados pelo laboratório ABIMOTA, em Portugal, uma habilitação necessária para a entrada no mercado europeu. E, a longo prazo, o alvo promete ser os países da América do Norte.

E como é que ficam as montadoras brasileiras? “As oportunidades são muitas, temos uma quantidade imensa de bicicletas montadas no Brasil que, na sua especificação técnica, contêm suspensão, as quais somos competitivos tecnicamente. Os desafios serão ajustar a produção para atender a demanda e o custo para competir com os produtos importados”, finaliza Cesar Tonoli, animado com a nova etapa que a ProShock está entrando com sua nova fábrica.

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Paulo Cabral

Paulo Cabral é jornalista formado pela Universidade de Brasília com anos de experiência em rádio, TV e revistas. Ciclista de passeio, acredita na bicicleta como forma de ocupação sustentável e democrática das cidades.

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