Brasil terá primeiro manual de referência para sinalização de rotas de cicloturismo e trilhas de MTB
Aconteceu na manhã de ontem a primeira reunião para a construção do manual brasileiro com parâmetros para sinalização de trilhas e rotas de cicloturismo e ciclismo de montanha (MTB). O documento é um produto inédito no país e deve ser lançado em setembro de 2023.
Para esta realização, a Aliança Bike e o governo federal reuniram um grupo de especialistas para conduzir os trabalhos a partir de encontros técnicos, que envolvem diretamente o Ministério do Turismo, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a Rede Trilhas, o Observatório do Cicloturismo e diversas organizações.
“Estamos muito felizes em realizar este trabalho tão importante. Sabemos de todas as potencialidades do cicloturismo, como melhorar o ambiente e trazer novas alternativas de transporte”, diz Matheus Linhares, Coordenador-Geral de Conectividade e Mobilidade Turística do Ministério do Turismo.
A ideia surgiu a partir da necessidade de se criar um documento de referência para nortear as inúmeras iniciativas de criação de novos destinos cicloturísticos em todo o país, contemplando a visão e o padrão do Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso já amplamente utilizado em todo o país. Serão realizados 10 encontros técnicos para a discussão dos temas que farão parte do Manual.
Para Pedro da Cunha Menezes, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, esta iniciativa é fundamental na construção de um sistema nacional viário para bicicletas e caminhantes. “Esta padronização das rotas de cicloturismo estará de acordo com a sinalização das rotas de caminhada, assim como acontece nos sistemas de trilhas da Europa e Estados Unidos”, diz ele. “Desta forma, um ciclista pode sair pedalando do Amapá e chegar ao Rio Grande do Sul com um sentido de continuidade.”
Entre os temas que serão debatidos estão aspectos como a padronização da sinalização, as tipologias e finalidades como o conforto, atenção e direção, a sinalização viária regulamentada, severidade do percurso, sinalização multimodal, entre outras abordagens.
Arlete Regilene Scoz, gestora do Circuito Vale Europeu, explica que o manual chega em boa hora, pois ela percebe muitas rotas locais surgindo com sinalizações próprias e nenhum cuidado ou padrão, até pela ausência de um documento de referência. “Juntos vamos conseguir fazer um grande projeto para ajudar na promoção do cicloturismo no Brasil; estou muito animada!”
A criação deste material é uma iniciativa proposta pela Aliança Bike, em parceria com a Rede Trilhas e o Observatório do Cicloturismo, com o apoio, participação direta e chancela do Ministério do Turismo, por meio da Coordenação-Geral de Conectividade e Mobilidade Turística, e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
O trabalho conta ainda com o apoio técnico de representantes de várias organizações, gestores de Rotas e Circuitos de Cicloturismo, acadêmicos, pesquisadores da área, operadores de produtos cicloturísticos e associações de ciclistas.
“Atuamos no cicloturismo desde 1988 e acompanhamos o tema de sinalização de rotas em outros países há muitos anos. Por aqui, este tema sempre foi muito incipiente. Festejamos cada passo que acontece para a evolução do cicloturismo. E este é, com certeza, um enorme passo”, diz Rodrigo Telles, do Clube de Cicloturismo.