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Transbike: como transportar bicicletas no carro de forma segura

Saiba como transportar bicicletas no carro de forma segura, dentro da lei e sem risco de tomar multas.

6 de maio de 2024

Quer pedalar num lugar mais distante e para tal precisa levar a bicicleta no carro? Transbikes, ou suportes de veículos para o transporte de bicicletas, são a solução, e há vários modelos disponíveis no mercado que garantem uma viagem segura. Mas para dirigir com uma ou mais bicicletas acopladas no veículo sem levar multa é fundamental saber o que diz o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) sobre o assunto.

Os transbikes podem ser acoplados na traseira ou no teto do carro conforme a preferência do(a) motorista, e para cada modalidade há vários modelos disponíveis e regras específicas de uso. É possível também optar por uma carretinha, ou reboque conforme sua denominação no CTB, e para esse caso a lei tem outras exigências.

Mas antes de se inteirar sobre a legislação, é bom que o(a) motorista saiba das propriedades do seu carro, como peso, largura e comprimento, para escolher melhor o seu transbike. E, mesmo se for o caso de uma picape, para levar uma ou mais bicicletas na caçamba, também é preciso respeitar algumas regras.

Na matéria, também compusemos algumas indicações apuradas com os dois associados à Aliança Bike que hoje fornecem o produto. São eles: Thuler e Grupo JPP.

Transbike na traseira do carro

Transportar a bike na parte traseira muito provavelmente vai comprometer a visualização das luzes e da placa do automóvel. Para evitar maiores problemas, a Resolução nº 349/2010 do CTB traz regras bem claras como o respeito ao peso máximo especificado pelo veículo, que pode ser excedido com um transbike para várias bicicletas, e jamais extrapolar a largura do carro.

Caso o transbike com uma ou mais bicicletas bloqueie completa ou parcialmente as luzes traseiras, com exceção da lanterna de freio ou brake-light, será necessário o uso de uma régua de sinalização de um metro no mínimo e sem ultrapassar a largura do carro. Se a placa também ficar com a visualização comprometida, é obrigatória a instalação de uma segunda placa na régua.

A ausência de régua no transbike em caso de luzes e placas cobertas pela bike é infração gravíssima que pode custar 7 pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 293,47. E se o transporte exceder a largura do veículo, a infração é grave com 5 pontos na carteira e multa de R$ 195,23. Em ambas situações, há a possibilidade de retenção do veículo.

Se o carro for daqueles com estepe externo, há modelos de transbike que se adequam a essa estrutura. Esse tipo de suporte geralmente não afeta as luzes nem a placa, o que torna a régua de sinalização e a segunda placa dispensáveis.

São diversos os modelos de transbikes para engatar na traseira do carro e é nesta categoria que há duas recomendações específicas dos nossos associados.

O modelo Thule Epos, líder de venda da marca, é recomendado para todo os tipos de bike, incluindo elétricas. “O inovador braço de bicicleta telescópico oferece flexibilidade incomparável ao prender a bicicleta pelo quadro ou pela roda traseira, enquanto a cabeça giratória se adapta a todos os tipos de designs de quadro e geometria de bicicleta”, explicam.

O modelo TSW FORCE 2 é o destaque do Grupo JPP, que fornece com exclusividade o equipamento. “Ele transporta 2 bicicletas em perfeita segurança, com suporte de quadros e engate com trava por chave. Outro grande destaque é sua versatilidade, pois é reclinável e não necessita remover nada para acessar ao porta-malas do veículo”, detalha a equipe.

Nos sites oficiais do Grupo JPP e Thule, ainda é possível conferir outros modelos de engate traseiro.

Transbike no teto do carro

Levar uma ou mais bicicletas em cima do carro pode facilitar na questão legal, já que a legislação é bem mais simples nesse caso. No entanto, este modo requer um pouco mais de força e habilidade para acomodar as bikes no teto.

Para começar, é preciso que o carro já tenha um rack de teto para acoplar o transbike. Aí é só instalar uma ou mais bicicletas no teto e seguir viagem sem se preocupar com régua de sinalização nem segunda placa.

Como a legislação não estipula altura máxima para o transporte de bicicleta no teto do veículo, cabe a quem estiver conduzindo o automóvel ter atenção a esse detalhe. Árvores com galhos muito baixos pelo caminho ou acesso a garagens e portões rebaixados podem causar problemas se não forem antecipadamente observados e evitados.

Confira os modelos da Thule para transbikes de teto.

Carretinha

No CTB, carretinha é reboque e é considerado como veículo, tanto que precisa ser registrado como tal no Detran local, ser emplacado e ter documentação própria. Só não é necessário recolher IPVA nem seguro obrigatório.

Para trafegar com uma carretinha engatada no carro, o motorista precisa ter a carteira nacional de habilitação (CNH) da categoria B, desde que o reboque não exceda 3,5 toneladas. Se passar disso e até 6 toneladas, a CNH deve ser da categoria C.

Assim como um veículo comum, a carretinha deve ter pneus com condições mínimas de segurança, para-choque traseiro, protetores das rodas traseiras, iluminação da placa traseira, luzes de freio e lanternas vermelhas além de freios de estacionamento.

Uma vez que um carro comum está circulando com uma carretinha engatada, ele deixa de ser visto pela lei como um veículo leve e passa a ser tratado como um veículo pesado, devendo respeitar, inclusive, os limites de velocidade.

De acordo com o CTB, a carretinha deve ter o comprimento máximo de 19,8 metros, largura máxima de 2,6 metros e altura máxima de 4,4 metros.

Cumpridas todas essas regras, dá para levar várias bicicletas no reboque.

Caçamba da picape

Ok, nem transbike nem carretinha, o carro em questão é uma picape e a bike ou várias delas vão todas na caçamba. Mesmo assim, é preciso ficar atento ao que diz o CTB para não ter problemas de segurança nem com a legislação.

Transportar bicicletas em picapes é permitido, inclusive com a tampa da caçamba aberta. Porém, é preciso observar que a distância do centro da roda traseira até o fim da carga deve ser de no máximo 60% da distância entre os dois eixos do carro.

Também é preciso sinalizar a parte da bicicleta que ficar para fora da caçamba. Se a condução for feita à noite, aí será necessário uma luz vermelha com algum dispositivo que a reflita.

Para facilitar esse modal, algumas montadoras e fabricantes de acessórios oferecem um extensor de caçamba. A vantagem desse adaptador é que a maioria já vem com a sinalização exigida por lei.

Há também a possibilidade de levar uma ou mais bicicletas na caçamba com a tampa fechada e a(s) roda(s) para fora. Se for essa a opção, existem modelos de protetor, uma espécie de manta de E.V.A. ou outro material instalado na tampa da caçamba para proteger o veículo de arranhões e dar mais estabilidade à(s) bike(s).

Ainda é possível transportar uma ou mais bicicletas na caçamba da picape sem precisar andar com a tampa aberta nem com a(s) roda(s) para fora. Para isso, existem transbikes próprios para caçamba, que garantem a estabilidade da bike, que vai inclinada durante o transporte, como esses modelos da Thule.

Engates

Este é, com certeza, um detalhe fundamental, capaz de garantir 100% da segurança do conjunto, mas que pouca gente sabe. A começar que existem dois tipos de engate.  O chamado engate tração tem a capacidade de rebocar trailer, food truck, carro etc. Mas pode não suportar o peso de um suporte de bicicletas. Por mais estranho que pareça, a física explica que este tipo de engate não suporta peso na vertical. Então, para bicicletas, é fundamental usar o engate reforçado, que é projetado justamente para suportar peso na vertical. Tão importante quanto saber a diferença entre eles, é comunicar ao instalador ou ao seu consumidor qual será a função do engate.

Ao volante

Importante frisar que nada adianta o engate correto e o suporte perfeito se o motorista dirige de maneira relapsa. É preciso atenção a dois detalhes:

Velocidade – por maior qualidade que o suporte e o engate tenham, há limites para a segurança do equipamento ao passar em velocidade em terrenos irregulares, lombadas, buracos e a condução em estradas de terra.

Nova dimensão – você já deve ter sofrido ao ver aqueles vídeos mostrando alguém entrando na garagem depois do rolê e esquecendo que as bicicletas estavam no teto. Pois este é um cuidado que todo motorista deve ter ao transportar bicicletas no carro: o suporte e as bikes mudam as dimensões do carro. Atenção a portões de garagem, árvores nas ruas, pontes baixas etc.

Leia mais sobre o transporte de bicicletas elétricas no carro, aqui.

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Aliança Bike

Criada em 2003 e formalizada em 2009, a Aliança Bike tem como missão principal fortalecer a economia da bicicleta, além de trabalhar para que mais pessoas pedalem no Brasil. A entidade atua em diversas frentes de trabalho para atingir os objetivos. Conta com mais de 180 associados entre fabricantes, montadores, importadores, distribuidores e lojistas.

Entre na conversa Um comentário

  • Carlos Koehler disse:

    Favor esclarecer o que se entende como largura do carro”. Ou seja, considerando ou não os retrovisores, conforme CBT. Pois há controvérsias sobre este tema.

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