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14 roteiros imperdíveis em Minas Gerais para curtir de bicicleta

Cicloturismo em Minas Gerais reúne paisagens belas e diversificadas, pontos históricos e uma culinária irresistível

Minas Gerais tem um enorme talento para belas e diversificadas paisagens. Tem Mata Atlântica, Cerrado, Sertão e também lindas cidadezinhas com casinhas e igrejas de um outro tempo. Há também muitos pontos de interesse histórico. O estado é famoso pelas montanhas e os ciclistas sabem que os percursos exigem pedal firme, mas sabem também que quanto mais se sobe, mais bonito fica. Ah e tem a comida mineira, que só de pensar a boca já se enche de água.

Selecionamos aqui, alguns dos principais roteiros autoguiados de cicloturismo em Minas Gerais. Há temas para todos os gostos, incluindo dois roteiros bem “planinhos”. Para fazer a lista, levamos em conta os roteiros já implementados, com sinalização instalada, mapas disponíveis, estrutura de hospedagem e alimentação. Se esquecemos algum, por favor, comente aqui

1- Rota do Ferro

Para além de toda graça e beleza que existe ao longo do caminho que une Sabará a Santa Bárbara, o que mais chama a atenção é o fato de ser um trajeto praticamente plano em Minas Gerais. São 80 km construídos ao longo de um ramal ferroviário desativado que segue pelo fundo do vale, às margens do Rio Caeté, afluente dos Rios Sabará e Velhas.

O percurso passa por Sabará, Caeté, Barão de Cocais e termina em Santa Bárbara. Além de muita natureza, há também ruínas de estações ferroviárias, pontes e túneis utilizados quando ali funcionava uma linha de trem.

2- Volta das Transições

Crédito: FELIPE COURI – SAUA TURISMO 07

É um roteiro que revela as belezas da Zona da Mata mineira. São 390 kms, divididos em 7 etapas, que passam por dez municípios e 25 localidades – entre vilas e povoados – do Circuito Serras de Ibitipoca.

De todo trajeto, 10 km são de singe track, 40km de estradas pavimentadas e todo o restante por estradas de terra intermunicipais.

O nome refere-se às transições geofísicas, biológicas e culturais que ocorrem ao longo do trajeto e podem ser identificadas no relevo (prepare-se para os 8.500 de altimetria acumulada) e na vegetação, Mata Atlântica e Cerrado. Além disso, há também os traços culturais deixados pelas Bandeiras, pelo Ciclo do Ouro, do Café e do Leite.

Serviço:

  • Partida/Chegada: Santa Rita de Jacutinga (MG)
  • Percurso total: 390 km
  • Altimetria acumulada: 8.500 metros
  • Entidade gestora: IGR Ibitipoc
  • Site: https://www.voltadastransicoes.com/

3- Estrada Real

A Estrada Real é a maior rota turística do país. São mais de 1.630 quilômetros de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O trajeto resgata as tradições do percurso valorizando a identidade e as belezas da região. A sua história surge em meados do século 18, quando a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. A estrada é dividida em Caminho Novo (Rio de Janeiro a Ouro Preto), Caminho dos Diamantes (ouro preto a diamantina), Caminho Velho (Paraty a Ouro Preto) Caminho Sabarabuçu (Serra da Piedade – entre Ouro Preto e Diamantina)

Serviço:

  • Partida/Chegada: Paraty ou Rio de Janeiro/Diamantina
  • Percurso total: 1.630 km
  • Altimetria acumulada: 7 mil metros
  • Entidade gestora: Instituto Estrada Real
  • Site: https://institutoestradareal.com.br/

4- Caminho da Fé

Crédito: Alecio Cezar

Inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, o Caminho da Fé é uma rota de peregrinação, entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo, até o Santuário Nacional de Aparecida. São mais de 2000 km, divididos em 18 ramais, dos quais cerca de 400 km atravessam montanhas da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto. Com belas paisagens e comunidades acolhedoras, o Caminho proporciona momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza.

Serviço:

  • Partida/Chegada: Águas da Prata (e mais 18 ramais)/Aparecida
  • Percurso total: 2 mil km
  • Altimetria acumulada: 8 mil metros
  • Entidade gestora: Associação dos Amigos do Caminho da Fé
  • Site: https://caminhodafe.com.br

5 – Circuito Serras Verdes

O Circuito Serras Verdes de Cicloturismo foi desenvolvido para conectar os 20 municípios associados ao Circuito Serras Verdes do Sul de Minas percorrendo as belíssimas serras, campos, vales e matas da Mantiqueira Sul Mineira. Ao todo, são 612 km divididos em 3 rotas, que podem ser feitas, em média, 5 dias pedalando.

Rota Marrom

  • Partida/Chegada: Congonhal a Cachoeiras de Minas
  • Percurso total: 187 km
  • Altimetria acumulada: 3.934 metros

Rota Verde

  • Partida/Chegada: Córrego do Bom Jesus a Camanducaia
  • Percurso total: 240 km
  • Altimetria acumulada: 5.516 metros

Rota Azul

  • Partida/Chegada: Cambuí a Itapeva
  • Percurso total: 185  km
  • Altimetria acumulada: 4.433 metros

Serviço:

6- Rota do Vulcão

É a única rota de cicloturismo no mundo a ser feita ao redor de uma caldeira vulcânica de 80 milhões de anos. São 370km com quase 11 mil metros de acumulo de subidas passando por 13 municípios, entre os estados de Minas Gerais e de São Paulo.

Pelo trajeto, belas cachoeiras, mirantes, fazendas com plantações de diversas culturas, como o café. Além, é claro, das belas igrejas mineiras, cidades acolhedoras com suas praças e muitos locais para experimentar a culinária mineira.

Serviço:

  • Partida/chegada: Poços de Caldas
  • Percurso total: 370 km
  • Altimetria acumulada: 9.500 mil metros
  • Entidade gestora: Associação de Ciclistas de Poços de Caldas (ACPC)
  • Site: https://rotadovulcao.com.br

7- Rota Bahia-Minas

Além de todas as belezas naturais e arquitetônicas encontradas pelo caminho, a graça da Rota Bahia-Minas é ter a sua história contada na música Ponta de Areia, de Milton Nascimento. O trajeto resgata as memórias da antiga ferrovia que ligava os dois Estados e atualmente conta com 342 km, entre Araçuaí a Carlos Chagas, passando por Novo Cruzeiro, Ladainha, Poté e Teófilo Otoni. Mas a ideia é completar os 575 km e chegar no mar, em Ponta de Areia, no sul da Bahia.

Serviço:

  • Partida/Chegada: Araçuaí/Carlos Chagas
  • Percurso total: 342 km
  • Altimetria acumulada: 600 metros
  • Entidade gestora: Sebrae-Minas Gerais
  • Site: https://www.rotabahiaminas.com.br/

8- Ciclo Jacutinga 

A Ciclo Jacutinga é um conjunto de 15 percursos circulares, que somam 678 km. Os trajetos entre cada uma das cidades, que têm em média 50 km, chegam à altimetria de 1.600 m. Os caminhos passam pelos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, nas regiões das Serras do Ibitipoca e Vale do Café). Pelos trajetos, estão 15 cachoeiras, como Véu da Noiva, do Batismo, do Boqueirão e da Bandeira, picos, mirantes e fazendas históricas.

Serviço:

  • Partida/Chegada: Santa Rita de Jacutinga
  • Percurso total: 678 km, divididos em 15 rotas
  • Altimetria acumulada: média de 1.600 metros por rota
  • Entidade gestora: Prefeitura de Santa Rita de Jacutinga
  • Site: https://www.ciclojacutinga.com

9- Rota das 10 Cachoeiras

O percurso passa por várias comunidades quilombolas e margeia o Parque Estadual Serra do Intendente e o Parque Natural Municipal do Tabuleiro. E, claro, dez cachoeiras: Três Barras, Peixe Cru, Quedas do Ribeirão do Campo, Tabuleiro, Congonhas, Altar, Rabo de Cavalo, Bocaina, Gurita e Prainha.  Destaque para a impressionante e monumental Cachoeira do Tabuleiro, a mais alta de Minas Gerais e a terceira maior do Brasil. São 273 metros de queda livre formada a partir de um paredão de beleza monumental.

Serviço:

  • Partida/Chegada: Três Barras/ Cachoeira da Prainha
    Percurso total: 91 km
  • Altimetria acumulada: 1.350 metros
  • Entidade gestora: Associação Comunitária da Rota das 10 Cachoeiras (ASC ROTA 10)
  • Site: https://www.instagram.com/rotadasdezcachoeiras/

10 – Trilha Verde da Maria Fumaça

Este roteiro faz parte da antiga estrada de ferro que ligava Diamantina a Corinto e foi desativada em 1973. O ramal representa a maior altitude em que percorreu uma máquina a vapor, a Maria Fumaça. Pontes, pontilhões de ferro, galerias de cantaria, estações e casas de operários formam o acervo patrimonial de estilo inglês ao longo do trajeto.

A trilha está inserida em dois biomas o cerrado/campo rupestre e o Mata Atlântica/Mata seca, com belas cachoeiras, rios, serras, comunidades espiritualistas, sítios arqueológicos, cavernas, estações ferroviárias.

Serviço:

11- Circuito Ernestina

Seguindo o antigo trajeto da estrada de ferro Leopoldina Railway Company, na Zona da Mata Mineira, o circuito de 60 km é cercado de belíssimas paisagens, gastronomia, cultura e tradição. Pelo caminho, há também alguns monumentos que lembram a presença da antiga linha férrea, como  o Túnel de Pedra, a Parada General e a Estação Ernestina. O roteiro, que é circular, passa pelos municípios de Carangola, Caiana e Faria Lemos (MG).

Serviço:

12 – Caminho Religioso da Estrada Real

Crédito: Jean Lamas

É a maior rota de turismo religioso do Brasil. Por ela, é possível ir do Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG), ao Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP) ou vice-versa. O caminho passa por 38 municípios, sendo 32 mineiros e 6 paulistas, e muitas igrejas e comunidades com forte devoção religiosa.

Além das belas paisagens montanhosas, entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, de Minas Gerais, é possível apreciar a arquitetura colonial de muitos casarios, assim como a imponência das igrejas barrocas. Tudo isso, com a hospitalidade mineira e o tempero inconfundível da culinária local.

Serviço:

13 – Caminho das Origens

É um circuito que contorna Juiz de Fora e mais nove cidades da região. No percurso existem os mais diversos atrativos naturais e culturais, como cachoeiras, rios, montanhas, centros históricos, trechos originais da Estrada Real, capelas singelas ou suntuosas, restaurantes, pequenos comércios e pontos de apoio. O percurso, composto por 5 etapas e 15 trechos, de formato circular e a primeira etapa, com 30 quilômetros, já está toda sinalizada.

Serviço:

14 – Caminho de Nhá Chica

O trajeto, em homenagem a Francisca de Paula de Jesus, liga a capela em sua homenagem, em Inconfidentes,  até o Santuário da Imaculada Conceição de Nhá Chica, em Baependi, onde viveu a beata.

O Santuário da Imaculada Conceição está localizado no alto de uma colina e o templo foi construído por Nhá Chica, no século XIX, que usou parte da herança deixada por seu irmão. O local é visitado por fiéis de todo o Brasil e do exterior.

Serviço:

  • Partida/Chegada: Inconfidentes/Baependi
  • Percurso total: 273 km
    Altimetria acumulada: 8 mil metros
  • Entidade gestora: Associação Amigos do Nhá Chica
  • Site: https://caminhodenhachica.com
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Adriana Marmo

Sou jornalista, formada em Comunicação Social com habilitação em jornalismo na PUC de Campinas, conclusão em 1989. Há oito anos troquei o carro pela bicicleta como meio de transporte e, desde então, sou ativista da causa e me especializei em mobilidade urbana

Entre na conversa 8 Comentários

  • Raphael Henrique dos Santos Henrique disse:

    Morei no sul de minas por 2 anos, cidades a qual as rotas do caminho da fé e Romaria cortam, e vou te falar que o sul de minas é o paraíso para o trilheiro MTB, foi minha válvula de escape do serviço e manteve minha saúde mental em dia, fiz mais ou menos 25 trilhas diferentes, e ainda fui até Aparecida SP. Voltei para a Capital BH mas ficou uma saudade grande daquelas serras do Mantiqueira.

  • RODOLFO GOMES AMORIM disse:

    Eu fiz a rota Verde, muito bonita, dividindo em 3/4 dias é mais tranquilo porque só e muito, mas vale cada suor. Conheci várias cidades no sul de Minas, recomendo, o organizador, Clodoaldo, é super receptivo.

  • Antonio disse:

    Um veículo prático, onde todo mundo sabe onde está o defeito e que estaciona em qualquer lugar.

  • Josias Miranda ferreira disse:

    Bom dia, nossa fiquei super feliz em ver um reportagem longa sobre o ciclismo em percursos longos e lindo, me chamo Josias sou ciclista de 55 anos amo esse esporte, moro em São Paulo próximo a serra do mar onde tem balsas rios e muitos gravetos de estrada de terra junto a natureza que nos levam até santos, se um porém fazer uma reportagem sobre nossa região da zona sul ficarei mais feliz Abs

  • Paulo Tadeu Rocha Faria disse:

    Bom dia.
    Excelente reportagem.
    Já fiz algumas vezes a Trilha Verde da Maria Fumaça e pretendo fazer uma parte da Rota Bahia Minas.
    Gostaria de acrescentar o Caminho dos Anjos. Ainda não fiz.
    Um abraço,
    Paulo Tadeu

  • TARCISIO FRANCISCO FERREIRA disse:

    Conheça a serra da canastra e Santo Hilário.

  • Eder Faria disse:

    Faltou a tradicional rota CAMINHO DA LUZ que liga Tombos/MG ao Alto Caparaó/Pico da bandeira.

    Site:https://www.caminhodaluz.org.br/

  • AILTON SANTOS disse:

    Olá tudo bem, gostaria de deixar aqui uma dica de um bom roteiro de bike, trata se do caminho de São Tiago, é um roteiro inaugurado em 2021 de ouro Preto a São Tiago totalizando 250 km de muita emoção, eu fiz e vale a pena conferir.

    Falcon Santos

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