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As bicicletas das Olimpíadas de Tóquio 2020

Por 31 de julho de 2021Bicicleta News, Esporte, Notícias

O ano de 2021 continua a ser atípico, mas um debate nunca esfria: as novas e antigas tecnologias na escolha das bicicletas nas competições. Enquanto o Tour de France deste ano foi ganho com freios a disco, Richard Carapaz levou o ouro olímpico na estrada com freios nos aros. Ainda assim, no feminino, a austríaca Anna Kiesenhofer surpreendeu os nomes mais tradicionais e profissionais usando uma bicicleta com freios a disco.

O debate, no entanto, vai muito além dos sistemas de freios, justamente porque os discos já são a tecnologia padrão, nas trilhas e estradas. Um olhar atento consegue captar que Tóquio está sendo palco de muitas outras inovações e personalizações. São pinturas exclusivas, adaptações para melhorar a performance e até edições limitadas de componentes.

Atletas personalizam bicicletas para as Olimpíadas

Competindo por seus países, os atletas Olímpicos, em especial os de estrada, não têm obrigação contratual de usar somente equipamentos de seus patrocinadores. Temos aí a tradição de customização.

As escolhas pessoais ficam mais evidentes e cada competidor pode sempre adaptar sua bicicleta aos seus gostos pessoais. Mas o grande destaque vem mesmo através dos fabricantes. As Olimpíadas são o ambiente perfeito para dar visibilidade às novas tecnologias, com destaque especial para as bicicletas no velódromo.

 

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O grande detalhe visual das bicicletas olímpicas são mesmo as pinturas. Bicicletas com as bandeiras dos países são o mais comum. E na estrada, Carapaz escolheu, além de uma cor exclusiva, pequenas bandeiras do Equador e do Japão. A marca norte-americana Trek foi além, criou um padrão visual exclusivo para as bicicletas de seus atletas, em todas as categorias. Os grafismos, com o nome de “First Light”, são uma homenagem à Terra do Sol Nascente.


Já os atletas brasileiros Henrique Avancini (XCO) e Priscila Stevaux (BMX Racing), pedalaram com acessórios personalizados pela Black Tiger Studio. Avancini com um capacete especial e Stevaux com sapatilhas estilizadas para ela.

 

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Nas Olimpíadas, vale usar bicicleta do concorrente

Atletas profissionais pedalam sempre na bicicleta que seu patrocinador fornece. Nas Olimpíadas essa regra deixa de valer. O maior exemplo vem do medalhista de ouro do MTB, Tom Pidcock. 

Patrocinado pela Pinarello nas estradas, Tom Pidcock é o que se poderia chamar de um “amador de luxo” no mountain bike. Dedica-se às trilhas apenas parte do tempo e na falta de bicicletas do seu patrocinador para a terra, Pidcock acabou usando uma BMC Fourstroke, com todos os logos devidamente apagados. Mas a personalização não para por aí. O britânico equipou a bicicleta com uma suspensão dianteira de 100 mm da Suntour e  um guidão integrado Syncros Fraser, equipamento exclusivo das bicicletas da Scott, usadas pela lenda Nino Schurter e pelo medalhista de bronze Mathias Flückiger.

As escolhas feitas pelo campeão olímpico Tom Pidcock vão muito além de seus gostos pessoais. Foram fruto de muitos e muitos testes feitos com ele pela equipe Ineos, um indicativo de que, livres para escolher, as equipes não medem esforços na escolha dos melhores equipamentos para seus atletas.

 

Tendências nas bicicletas olímpicas de MTB

Jolanda Neff da Suíça com seu jeitinho para manter a lama longe. (Tim de Waele/Getty Images)

Desde a estreia do MTB nas Olimpíadas de Atlanta 1996, muita coisa mudou no esporte. A começar pelas suspensões, nos Jogos Olímpicos deste ano as full suspension já eram quase 100% das bicicletas.

Uma mudança mais recente, que ainda era muito pouco comum na Rio 2016, é o canote retrátil. Um novo equipamento muito útil nas descidas mais duras e até mesmo nas curvas mais fechadas.

Para as subidas, os cassetes traseiros de 12 velocidades possibilitaram um visual bem distinto para as bicicletas. Com pinhões gigantes e coroas bem pequenas. 

Agora uma inovação merece nota dez em simplicidade. Para evitar que a lama se prendesse no quadro, os mecânicos dos atletas adaptaram fitas adesivas nos quadros com ondulações. O mais típico jeitinho, mas que garante um ganho de desempenho aos atletas de elite.

O XC em Tóquio 2021 infelizmente não rendeu medalha ao Brasil, mas trouxe um olhar para o futuro dos equipamentos de alto rendimento. 

 

O velódromo é o grande palco da inovação tecnológica

 

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Mesmo sem marchas e sem freios, as bicicletas de velódromo trazem o máximo de tecnologia. O grande exemplo deste ano é o modelo que será pilotado por um dos favoritos ao ouro no sprint e possivelmente no Keirin.

Campeão mundial no keirin em 2017 e medalhista de bronze no mundial de sprint e keirin, o malaio Azizulhasni Awang vai competir em Tóquio com uma WX-R Vorteq. Trata-se de uma bicicleta de 60 mil libras, astronômicos 426,5 mil reais.

Enquanto a WR-X optou por uma distância mínima entre as rodas e o garfo, outro modelo a ser visto no velódromo olímpico foi pelo caminho oposto. A Lotus HB.T que os atletas do Reino Unido irão usar busca alinhar a largura do garfo e da traseira do quadro com as pernas dos ciclistas. 

A Lotus HB.T (Foto: SW Pix)

Outro equipamento que sempre tem inovação no velódromo são as roupas. Além de buscarem o máximo de aerodinâmica, trazem também recursos para ajudar na gestão da temperatura temporal. Vale até mesmo espaços para bolsas de gelo.

Por ora, toda a inovação da competição foi travada apenas nos túneis de vento, mas de 02 a 08 de agosto de 2021 atletas e equipamentos serão postos à prova no velódromo de Izu, a 100 km de Tóquio 

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