Prova 9 de Julho volta às ruas e ocupa pista expressa da Marginal Pinheiros
Considerada pelos atletas como um patrimônio do esporte brasileiro, a corrida será realizada na pista expressa da marginal do rio Pinheiros
Uma das provas mais tradicionais – e amadas – de ciclismo de rua está de volta: a 73ª edição da Nove de Julho tem largada marcada para este domingo, a partir das 6h30, na avenida Dr. Roberto Marinho, próximo à Ponte Estaiada. O circuito de 20km, montado na pista expressa da marginal do rio Pinheiros, é rápido e quase plano. A Prova Ciclística 9 de Julho não acontecia desde 2019.
Uma das novidades, além do local, é a categoria Ciclismo para Todos, na qual podem largar os ciclistas não federados, de qualquer idade, com qualquer tipo de bicicleta. As inscrições para este pelotão esgotaram em poucas horas.
A jornalista Renata Falzoni, do site Bike é Legal, comemora a volta da prova para as ruas da cidade, mas critica o local escolhido. “O percurso na marginal é um espelho da realidade. Na visão de uma cidade que valoriza o carro, ali o evento não ‘atrapalha’ a cidade. Já chegaram a confinar a corrida dentro do autódromo”, diz ela. “Qual é a relevância de um evento na marginal? O quanto a população consegue abraçar o evento desses se no local nem sombra tem para as pessoas acompanharem pela calçada.”
A prova foi instituída em 1932 pelo jornalista Cásper Líbero em homenagem à Revolução Constitucionalista e passou a ser realizada pelo jornal A Gazeta Esportiva a partir de 1933. Segundo a jornalista, a corrida chega ao Brasil ao mesmo tempo em que corridas de longa distância realizadas dentro das cidades também começavam a ser criadas na Europa. “A Colômbia foi um dos poucos países que manteve seu calendário sem interrupções. As cidades veneram essas provas e param para ver os ciclistas passar”, diz Renata. “Não é por acaso a Colômbia ser tão expressiva nas competições de ciclismo. Se a Nove de Julho nunca tivesse sido tirada das ruas e tratada com o respeito que merece, é bem possível que teríamos mais atletas de destaque no ciclismo.”
A prova foi criada para homenagear os combatentes da revolução constitucionalista e, por isso, o Obelisco do Ibirapuera sempre fez parte do percurso, seja como largada/chegada ou apenas como parte do trajeto. “Os caminhos vão mudando tanto e acaba-se perdendo até uma das funções da prova”, comenta Renata. “A Nove de Julho deveria percorrer as grandes avenidas da cidade, como a 23 de Maio.”
A prova contará pontos para o Ranking Paulista de Estrada 2023 e para o Ranking Brasileiro da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo), na classe 3.
Confira abaixo registros antigos da Prova 9 de Julho em São Paulo, veja mais na matéria da Gazeta Esportiva:
Sempre tive vontade de participar mas sempre fico informado em cima da hora quando não há mais vagas para inscrição, vou deixar minha ficha completa para a próxima…
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