Tadej Pogacar no rumo do pódio de ciclista do século
Depois de sua vitória histórica no Tour de Flandres, o esloveno de 24 anos é o primeiro no Amstel Gold Race e se consagra na elite do esporte
2023 mal começou e o ano no ciclismo já é de Tadej Pogacar. É claro que muitas provas ainda virão e outros nomes devem despontar no esporte ou mesmo confirmar os já consagrados ciclistas, mas a vitória de Pogacar no Amstel Gold Race no domingo, 16 de abril, reforçou o brilho de sua estrela depois da chegada em primeiro lugar no Tour de Flandres, no dia 2, que entrou para a história. Com essa conquista na Bélgica, ele passou a fazer parte do seleto time de atletas que venceram o Tour de France e o de Flandres, ao lado de Louison Bobet nos anos 1950 e Eddy Merckx nos anos 1970. Mas esse é apenas um de seus marcos.
Logo que assinou com a equipe profissional dos Emirados Árabes Unidos, Tadej Pogacar se tornou em 2019, aos 20 anos, o ciclista mais jovem a ganhar uma corrida por etapas da UCI World Tour ao vencer a Volta da Califórnia. No mesmo ano, apesar do terceiro lugar na Volta da Espanha, seu nome começou a despontar entre os ciclistas de elite. Em seguida, com o bronze nas Olimpíadas de Tóquio e o bi-campeonato no Tour de France (2020 e 2021), todo o mundo já estava de olho nele.
Nascido na Eslovênia em 21 de setembro de 1998, filho de um operário de uma fábrica de cadeiras e de uma professora de francês, Tadej começou sua vida esportiva com uma bola nos pés. Mas ao ver o irmão, Tilen, no clube de ciclismo, trocou o futebol pela bicicleta e não parou mais de pedalar. Aos 10 anos estreou nas corridas e aos 11 conquistou sua primeira vitória já demonstrando suas habilidades em subidas, o que chamou a atenção de vários técnicos até chegar à equipe dos Emirados Árabes aos 19.
Com um condicionamento físico além do normal, o que lhe dá vantagem principalmente em subidas, seus preparadores evitam revelar detalhes de seus treinos e de sua dieta. O que se sabe é que os ácidos graxos insaturados têm protagonismo no prato de Pogacar, e que os carboidratos, o ingrediente mais importante na nutrição de um ciclista, são de cadeia longa como aveia, batata e legumes. Com um treinamento adequado, isso lhe permite uma rápida recuperação energética, um de seus diferenciais.
E foi com esse preparo que Tadej Pogacar deu um espetáculo no Tour de Flandres, mais especificamente no trecho Oude Kwaremont, que lhe rendeu o título de Rei da Montanha. Nessa subida, de 2,15 km, ele bateu mais uma marca e se tornou o primeiro ciclista a percorrer o trecho em menos de quatro minutos. Isso sem falar na disparada final, quando fez o quinto tempo mais rápido da história e lhe garantiu a vitória com uma diferença de 11 segundos à frente do segundo colocado, o favorito Mathieu van der Poel, que venceu a Paris-Roubaix no domingo, 9, sem a presença do rival na Bélgica.
A vitória de Pogacar no Tour de Flandres foi a terceira dele nas cinco provas Monumento, depois da Liège-Bastogne-Liège em 2021, e do Giro da Lombardia em 2021 e 2022. Para completar esse quinteto, faltam ainda a ele a Milan-San Remo, que lhe rendeu o quarto lugar neste ano, e a Paris-Roubaix, na qual não competiu em 2023. Sua conquista na 57ª edição da Amstel Gold Race, a primeira dele em sua rápida ascensão no ciclismo, é mais um título que o aproxima da consagração como um dos grandes ciclistas deste século.
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