Vale Europeu realiza a sua primeira contagem de ciclistas em parceria com a Aliança Bike
A Aliança pelo Cicloturismo vai realizar monitoramento em oito roteiros espalhados pelo Brasil
Desde a última segunda-feira, dia 5, o fluxo de ciclistas do Circuito do Vale Europeu, em Santa Catarina, está sendo monitorado por um contador eletrônico. Instalado no primeiro trecho do percurso, entre Timbó e Pomerode, o equipamento fará a contagem por 30 dias e se repetirá nos próximos anos, sempre na mesma data.
Apesar de ter sido implantado há pouco mais de 17 anos e ser um dos primeiros circuitos consolidados no país, esta é a primeira vez que é feita uma contagem no local. “É um momento muito importante e fundamental para o circuito. Notamos que desde 2016 vem acontecendo um expressivo aumento na frequência, mas não sabemos exatamente o tamanho desse crescimento”, explica a turismóloga Arlete Regilene Scoz, do Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (CIMVI), que faz a gestão do Circuito do Vale Europeu.
Como a maioria das rotas de cicloturismo do Brasil, a contagem é feita por meio do passaporte ou inscrição do cicloturista. A questão é que muitos visitantes não fazem uso dessa ferramenta. Arlete conta que o número oficial de ciclistas que passam por ano pelo Vale Europeu é de dois mil. “Sabemos que esse número é irreal”, diz ela.
“Estamos esperando muita surpresa ao final deste mês”, diz Arlete, salientando a importância dos dados que serão agora coletados também no Vale Europeu. “Com eles, conseguimos planejar melhor a estrutura do caminho e realmente mostrar a potência desse tipo de turismo para o poder público e patrocinadores.” Segundo ela, esses dados serão utilizados na documentação que irá oficializar a cidade de Timbó como a Capital Nacional do Cicloturismo.
O contador que agora chega ao Vale Europeu foi comprado pela Aliança Bike e é a primeira ação da “Aliança pelo Cicloturismo”, um programa da Aliança Bike que reúne muitos parceiros e tem como objetivo estimular o desenvolvimento desta prática no país. Ele vai rodar o Brasil ao longo do ano. “Vamos monitorar oito rotas e repetir a contagem em outros anos para construir uma série histórica”, explica Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike.
O contador irá visitar quatro rotas de cicloturismo consolidadas: Caminho da Fé, entre São Paulo e Minas, Vale Europeu, em Santa Catarina, Circuito Amazonas Atlântica, no Pará e a última ainda a ser definida. Além disso, outras quatro trilhas de MTB dentro de Unidades de Conservação: Floresta Nacional (Flona) de Brasília, CicloTrilhas em Florianópolis e outras duas ainda em negociação.
“O objetivo desse trabalho é conseguir coletar dados básicos de cicloturismo e uso de trilhas em Unidades de Conservação, que é algo que ainda não temos. Estimular uma cultura de monitoramento e produção de dados”, diz Guth. “São números que podem ser levados para Prefeituras e eventuais anunciantes para mostrar a demanda e como o crescimento desta atividade já é uma realidade.”
A iniciativa da Aliança conta com a participação direta da Rede Trilhas, do Instituto Planett, do Observatório do Cicloturismo, ICMbio, da Sacis/Eco Counter e das gestões de cada Rota.