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Bicicleta ganha destaque na atual administração de Nova Iguaçu

23 de outubro de 2023

Cidade da Baixada Fluminense implementa sinalização em rotas de cicloturismo e amplia a malha cicloviária

Mais ciclovias, trilhas sinalizadas para cicloturismo e um parque para mountain bike, pump track e quiçá um velódromo estão em andamento em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Todo esse empenho no ciclismo tem a ver com a comunidade de ciclistas e também com o interesse no pedal de membros do poder público ligados à cidade, a começar pelo próprio prefeito, Rogerio Lisboa.

“A cidade tem essa vocação para o mountain bike por suas características geográficas. Um dia eu fui experimentar andar de bicicleta nessa região e minha vida deu uma mudada, e acabou que o ciclismo ganhou importância para a minha administração”, conta o prefeito, que costuma participar de grupos de pedal em Nova Iguaçu.

Mas o ciclismo já vinha fazendo história na cidade fluminense. O maior nome do MTB brasileiro, Henrique Avancini, começou a treinar em Nova Iguaçu, onde seu avô morava, e foi lá que ele participou de sua primeira competição de bicicleta.

Ciclovias e bicicletários

As primeiras ciclovias apareceram na administração do ex-prefeito Lindbergh Farias (2004-2010). “Depois do Lindbergh, só eu que voltei a fazer a implantação de ciclovias aqui”, afirma Rogerio Lisboa, que calcula que a atual malha cicloviária de Nova Iguaçu esteja entre 15 e 20 quilômetros. “Ainda está muito aquém do que a gente precisa, mas estamos no começo”, reconhece o prefeito, que conseguiu com o governador do Rio, Cláudio Castro, a licitação para uma ciclovia de 13 quilômetros na estrada RJ-111, que liga os bairros periféricos da cidade.

Como muitos moradores de Nova Iguaçu usam a bicicleta para ir trabalhar, inclusive para pegar o trem para outras cidades, Lisboa está solicitando à concessionária SuperVia que instale bicicletários em suas estações. “As pessoas mais humildes vão trabalhar de bicicleta, pegam o trem da SuperVia e pagam para estacionar a bicicleta. Com o bicicletário, vai aumentar o número de usuários”, acredita Leandro Gama, assessor na Secretaria de Governo e incentivador do ciclismo na região.

Trilhas de cicloturismo

Leandro, aliás, está se empenhando pessoalmente no projeto de cicloturismo de Nova Iguaçu, com cerca de 200 quilômetros de trilhas que estão ganhando totens de sinalização e mapas para orientar os frequentadores. “Nós fizemos um projeto de marcação com totens, que já está com 80% concluído e que, inclusive, está servindo de exemplo para as cidades vizinhas”, conta o assessor.

Um trecho que está 100% sinalizado é o Circuito Histórico, que começa na frente da Fazenda São Bernardino e faz parte do trajeto do comércio dos tempos do Brasil Colônia. No percurso, inclusive, é possível encontrar equipes de arqueólogos trabalhando por ali atrás de vestígios que contam a nossa história.

Segundo Rogerio Lisboa, essas trilhas já são bastante frequentadas por ciclistas da região, e os totens estão sendo instalados graças a parcerias público-privadas. “A iniciativa privada, quando vem construir na cidade, tem de dar uma contrapartida ambiental, então nós pegamos parte dessa contrapartida e transformamos em placas”, conta o prefeito.

 

Parque municipal

Na carona do incremento do cicloturismo no município, o prefeito fala com orgulho do projeto de um parque na região de Tinguá, que ainda está em fase de elaboração. Planejado para ter quadras poliesportivas, quiosques, restaurantes e banheiros, o ciclismo vai estar presente com ciclovias, trilhas e uma pista de pump track. Mas há ainda estudos sobre a viabilidade de se construir ali um velódromo. “A gente está estudando para confirmar a viabilidade disso. A ideia é trazer eventos internacionais para Nova Iguaçu”, declara.

Se depender do poder público ligado ao município fluminense, o ciclismo tem grandes chances de continuar crescendo em Nova Iguaçu. Além do prefeito e de Leandro Gama, também pedalam os secretários de Governo, Manoel Barreto, de Meio Ambiente e Agricultura, Edgar Martins, de Turismo e Desenvolvimento Social, Mário Lopes, e os deputados federais que representam a cidade, Dr. Luisinho (PP-RJ) e Juninho do Pneu (União Brasil-RJ). Este último, aliás, é o atual presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Ciclista e da Economia da Bicicleta no Congresso Nacional. Isso sem falar em deputados estaduais, vereadores e outros políticos da região.

Para Rogerio Lisboa, ainda há muito o que fazer, principalmente em relação à conscientização sobre a importância da bicicleta em Nova Iguaçu. “Quem anda de bicicleta naturalmente tem uma consciência ecológica. Depois que comecei a pedalar, nunca mais ultrapassei uma bicicleta sem ter a certeza de que estou dando a distância mínima, porque sei que se o cara cair e não estiver numa distância boa, vou atropelar, mas só criei essa consciência quando comecei a pedalar”, reconhece.

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Paulo Cabral

Paulo Cabral é jornalista formado pela Universidade de Brasília com anos de experiência em rádio, TV e revistas. Ciclista de passeio, acredita na bicicleta como forma de ocupação sustentável e democrática das cidades.

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