Skip to main content

As ciclovias e ciclofaixas mais bombadas do Brasil

26 de setembro de 2023

Se tem algo que deixa ciclistas sem paciência é ficar parado no trânsito. Mas, ao mesmo tempo, existe um tipo bem específico de trânsito que faz quem pedala esboçar um sorriso de satisfação: o congestionamento nas ciclovias.

Sim, isso vem acontecendo com frequência em ciclovias e ciclofaixas de todo o Brasil, provando que quando se constrói a estrutura, ciclistas aparecem. Um bom exemplo é Antonina, no Paraná. Em maio de 2022 foi  inaugurada a primeira ciclofaixa da cidade e, em julho, uma contagem de ciclistas foi realizada, registrando 1.726 viagens/dia. Em novembro, ou seja, quatro meses após a primeira contagem, nova aferição apontou um crescimento de 30% com 2.172 viagens/dia. Isso em uma cidade com 18 mil habitantes!

Para celebrar o Dia Nacional do Trânsito, selecionamos algumas das ciclovias e ciclofaixas com maior uso pelo país.  Quem insiste em dizer que não há ciclistas: que lutem! 

Ciclovia Bezerra de Menezes – Fortaleza (CE)

Viagens por dia: 3.800 (contagem realizada em novembro de 2018 pela Prefeitura)
Extensão: 3,3 km
Inauguração: julho de 2012
População: 2.68 milhões de habitantes

Nos horários de pico, pela manhã e no fim da tarde, a ciclovia da avenida Bezerra de Menezes é tomada por uma multidão de bicicletas. São cargueiras, trabalhadores se deslocando, estudantes, mães levando filhos para a escola etc. De acordo com contagem realizada pela Prefeitura em 2018, são 3.800 viagens por dia. Para se ter uma ideia clara do tamanho de utilização, basta dizer que a segunda estrutura de maior utilização na cidade, a ciclofaixa da avenida Domingos Olímpio, registrou 2.800 viagens.

A Bezerra de Menezes tem pouco mais de 3 quilômetros de extensão, está instalada no canteiro central da avenida e faz ligação da região oeste de Fortaleza com o centro da cidade. Além disso, tem várias outras infraestruturas que se conectam a ela.
A ciclovia, que já tem mais de dez anos, vai começar a passar, nas próximas semanas, por um processo de requalificação. Segundo a Prefeitura, serão feitas obras no pavimento, ajustes na largura da estrutura, poda de árvores, iluminação e nova sinalização.

Ciclofaixa da avenida Thiago Peixoto – Antonina (PR)

Viagens por dia: 2.172 (contagem realizada em novembro de 2022 por meio de aferição eletrônica – Eco Counter)
Extensão: 1,6 km de extensão
Inauguração: maio de 2022
População: 19 mil habitantes

Conhecida como a “Cidade das Bicicletas”, Antonina, no litoral do Paraná, teve a sua primeira ciclofaixa inaugurada em maio de 2022. No município, que tem pouco mais de 19 mil habitantes, 29% da população tem na bicicleta seu principal meio de transporte.

A estrutura foi implantada na avenida Thiago Peixoto, que é a via mais movimentada do município e o único acesso rodoviário para quem vem de outras cidades. A ciclofaixa de mão dupla tem 1,6 km de extensão e conta com sinalização de trânsito e paraciclos ao longo do percurso.
Foi um sucesso imediato. Em julho de 2022 foi realizada a primeira contagem na estrutura, que registrou 1.726 viagens/dia. Em novembro do mesmo ano, ou seja, quatro meses após a primeira contagem, a nova aferição apontou um crescimento de 30% com 2.172 viagens/dia. O município estuda ampliar a estrutura em mais dois quilômetros.

Ciclovia Faria Lima – São Paulo (SP)

Viagens por dia: 4.021 (dados de setembro de 2023 do contador eletrônico instalado pela Prefeitura)
Extensão: 17,9 km (considerando o eixo principal e as conexões)
Inauguração: janeiro de 2016
População: 12,33 milhões de habitantes

A ciclovia instalada no canteiro central da avenida Faria Lima tem uma história sensacional. Ela foi inaugurada em janeiro de 2016, mas estava prevista desde 1995, inclusive uma parte dela chegou a ser instalada, mas foi logo abandonada.
São 17,9 km que atravessam um importante eixo comercial e financeiro de São Paulo. Muitos dos novos edifícios ao longo do seu percurso, possuem estrutura para ciclistas, como estacionamentos e vestiário. Já viveu vários dias de glória, como a terça-feira 4 de dezembro de 2018, quando foram registrados 8.936 ciclistas.

Ao longo de 2019, o contador automatizado que fica próximo ao Metrô Faria Lima registrou mais de 2 milhões de bicicletas. E seu nome ainda serviu para denominar um grupo social, os Farialimers e ao seu redor estavam dezenas de estações de bicicleta compartilhada, quando havia duas empresas operando em São Paulo. A pandemia e o trabalho remoto mudou bastante a movimentação na Faria Lima, mas ela continua sendo uma das mais utilizada em São Paulo.

Ciclovia Orla de Copacabana – Rio de Janeiro (RJ)

Viagens por dia: 5.335 (contagem feita em Copacabana por Transporte Ativo em parceria com a TemBici em setembro de 2021)
Extensão: 4 km
Inauguração: 1991
População: 6,7 milhões habitantes

Além de ser uma das mais utilizadas no Rio de Janeiro, por turistas, entregadores, estudantes, praticantes de esporte, é com certeza a ciclovia que mais concentra cartões postais por km. É o mar de Copacabana que já inspirou inúmeras canções, o calçadão com seus desenhos em preto e branco, o Forte, a estátua do poeta Drummond etc.

As primeiras ciclovias cariocas foram construídas na orla da zona sul da cidade em 1991, como a da Avenida Atlântica, em Copacabana. São quatro quilômetros, da rua Francisco Otaviano até a Pedra do Leme, com 2,70 metros de largura.

Ciclovia Marquês do Paraná – Niterói (RJ)

Viagens por dia: 4.789 (contagem realizada em 2022 pela Niterói de Bicicleta em parceria com a Transporte Ativo com contador eletrônico em setembro de 2022)
Extensão: 550 metros
Inauguração: junho 2020
População: 515 mil habitantes

Esta ciclovia faz parte de um grande projeto de requalificação urbanística realizado no centro de Niterói. A avenida teve alargamento de pista, novo calçamento, paisagismo e nova iluminação. Mas o mais bacana foi a inversão nas prioridades na distribuição dos espaços e o que antes era dedicado prioritariamente ao carro, a avenida agora é de domínio preferencial de pedestres, ciclistas e do transporte público.

COMPARTILHE:

Receba nossas novidades por e-mail

Adriana Marmo

Sou jornalista, formada em Comunicação Social com habilitação em jornalismo na PUC de Campinas, conclusão em 1989. Há oito anos troquei o carro pela bicicleta como meio de transporte e, desde então, sou ativista da causa e me especializei em mobilidade urbana

Envie sua mensagem