Governo de SP anuncia construção de velódromo no Centro de Treinamento Paralímpico
Foto: Leandro Neumann Ciuffo
Prorrogado por mais 35 anos, o acordo de cooperação com o Comitê Paralímpico Brasileiro para a administração do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, inclui o fornecimento de equipamentos e materiais para os treinamentos, competições e eventos esportivos, além de serviços médicos aos atletas, alimentação, manutenção, conservação e segurança do complexo esportivo, que fica numa área de 140 mil m² na zona sul da capital.
Mas a grande novidade para os ciclistas, paralímpicos e olímpicos, foi o compromisso anunciado para a construção de um velódromo no CT, um sonho antigo desde a construção do complexo esportivo segundo o Coordenador de Paraciclismo da Confederação Brasileira e membro da Comissão de Paraciclismo da UCI, Edilson Rocha Tubiba.
“A construção do velódromo vai fazer com que a gente tenha um crescimento muito grande na qualidade da preparação dos atletas, assim como foi no atletismo, na natação e no tênis de mesa desde que o Brasil começou a usar os equipamentos do CT em 2017. O ciclismo é a terceira modalidade que mais distribui medalha em jogos paralímpicos hoje e com o velódromo isso só tende a crescer, além de proporcionar a experimentação do esporte para outros atletas”, comenta Tubiba ao destacar a trajetória da paratleta Sabrina Custodia, duas vezes campeão mundial no ciclismo depois de migrar do atletismo.
Hoje a cidade de São Paulo conta com apenas um equipamento do tipo e sem condições de uso: o Velódromo da USP, inaugurado em 1977 e que chegou depois da reforma do Velódromo do Ibirapuera para acomodar um estádio de futebol e depois uma pista de atletismo – o espaço dedicado às bicicletas foi extinto por completo ainda em 2002. Hoje, os paulistanos que querem ter a experiência de pedalar nas pistas inclinadas características do ciclismo de pista, precisam se deslocar para o Velódromo de Caieiras, o mais perto da capital, mas que também precisa de reformas.
Quando construído, o Comitê Paralímpico ficará responsável por gerenciar o uso do equipamento, mas Tubiba garante que tanto ciclismo paralímpico, quanto olímpico se beneficiarão do velódromo. “Dentro do centro de treinamento, o velódromo vai ser a única instalação esportiva que vai ser aberta para o esporte olímpico também. É muito cedo para dizer se será aberto ao público, mas com certeza servirá para a formação de atletas e realização de competições. Sempre com maior foco no desenvolvimento da equipe paralímpica e olímpica de ciclismo de pista”, pontua Tubiba.
Para Gisele Gasparotto, fundadora do grupo e equipe Lulu Ciclismo, “o velódromo é uma modalidade que acima de tudo desenvolve técnicas essenciais até para quem faz ciclismo de estrada”. Ela lembra que no Brasil temos alguns velódromos ativos com pouca efetividade em relação a competições específicas que ajudam a engajar a utilização. “O que vemos hoje são velódromos mal cuidados e com pouco interesse dos ciclistas”.
Neste sentido, Gisele reflete sobre a possibilidade do uso do novo velódromo para treinos não só de profissionais, mas de ciclistas amadores: “Será necessário uma boa parceria com a Confederação e Federação de Ciclismo para que o velódromo seja bem utilizado para treinos e competições e não vire mais um elefante branco”, conclui.