Ciclista avançar o sinal vermelho? Lyon, na França, mostra vantagens
Um estudo realizado na área metropolitana de Lyon, na França, voltou a atestar que, sob algumas circunstâncias, o ciclista cruzar o sinal vermelho pode ser bom para o trânsito e, ao mesmo tempo, seguro para todos.
Como parte do Plano de Mobilidade Urbana da cidade francesa, foram colocadas placas M12 e Sinais R19 (com luz amarela piscante) autorizando a passagem dos ciclistas em pontos onde os semáforos possuem fases diferentes e/ou em situações em que eles podem avançar após respeitar a prioridade dos demais.
Em outras palavras, formalizou algo que muitas vezes já acontece na prática.
A análise comparou o comportamento dos ciclistas em 10 cruzamentos com diferentes configurações em três períodos distintos. Antes da instalação dos painéis/sinais, logo após e 6 meses depois da instalação. A avaliação incluiu análise de vídeo, pesquisas com ciclistas no local e indicadores de segurança viária.
O relatório afirma um fluxo muito mais dinâmico e mais rápido das bicicletas. Ao mesmo tempo em que os ciclistas continuaram respeitando os outros sinais. A segurança das viagens tampouco o número de sinistros sofreram alguma piora em suas estatísticas.
O que você acha deste conceito? Funcionaria nas cidades brasileiras?
O trabalho conduzido pelo CEREMA, uma instituição pública, que fornece conhecimento técnico, pesquisa e suporte para políticas de mobilidade. O conteúdo na íntegra do projeto ‘Sinalização para ciclistas em cruzamentos de semáforos‘ está disponível aqui (em francês).
Exemplos de outras cidades pelo mundo
O vídeo acima mostra uma teoria que ficou conhecida como Idaho Stop. O pequeno estado norte-americano aprovou há alguns anos que ciclistas pudessem avançar sinais vermelhos ou placas de PARE. Assim, ele “apenas” diminui a velocidade e confirmando a ausência de outros veículos ou pedestres no cruzamento. Todavia, eles aumentaram as multas para quem passa rápido, sem atenção. Vários outros Estados seguiram a mesma regra e, consequentemente notaram a taxa de sinistros, inclusive, diminuir. (Leia mais)
Na Europa, a cidade de Viena, na Áustria, permite que ciclistas virem à direita em semáforos vermelhos em mais de 300 locais. Segundo a ECF (European Cyclists Federation), os resultados positivos serviram do mesmo modo, como exemplo para nove cidades alemãs, com números compartilhados na última Conferência Internacional de Segurança de Ciclismo.
A Bélgica, que há muito tempo permite que ciclistas virem à direita em semáforos vermelhos ou sigam em frente em cruzamentos em T. Além disso, expandiu recentemente seu conjunto de painéis para fornecer outras isenções para ciclistas, seguindo o mesmo exemplo de Lyon.
Ainda de acordo com a ECF, o Grupo de Especialistas em Infraestrutura para Bicicletas da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa propôs que um painel indicando isenção de semáforo para ciclistas seja incluído na Convenção Internacional sobre Sinais de Trânsito. Isso ajudaria a harmonizar a sinalização usada em diferentes países e melhoraria o reconhecimento de tais soluções.
Estamos muito a frente dos países europeus. No Brasil já tem décadas que o ciclista não para nos sinais vermelhos ou placas de pare.