O projeto de Ciclorrotas desenvolvido pela Fundação Florestal em conjunto com as Unidades de Conservação sob sua gestão já mapeou 1.500 km de trilhas no estado de São Paulo. O projeto tem como objetivo fomentar o turismo em bicicleta, inclusive mountain bike, de forma regular em áreas de proteção ambiental proporcionando ao ciclista paisagens deslumbrantes e aproximação com a natureza.
Na esteira do aumento das vendas de bicicleta e do interesse da população pela prática do ciclismo e o aumento da procura pela atividade nas Unidades de Conservação, a Diretoria Executiva da Fundação Florestal realizou o mapeamento das ciclorrotas já existentes nas UCs e também daquelas com potencial de uso para cicloturismo e mountain bike.
Até o momento, já são 44 Unidades de Conservação (UC) inseridas no programa. Durante o ano de 2021, as equipes dessas UCs consolidaram informações sobre os percursos, pontos de apoio, turismo local e realizaram adequação e/ou implantação das ciclorrotas. São 54 rotas, sendo 815 km de circuitos internos às unidades, cinco rotas que ligam diferentes núcleos, que somam quase 300 km e um roteiro integrado com 410 km conectando diferentes Unidades de Conservação do estado.
A Aliança Bike conversou com o curador do projeto, Lucas Oliveira para entender como funcionou o processo de mapeamento das rotas e a articulação com as diversas gestões das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo. Confira os destaques do nosso papo:
Unidades amigas dos ciclistas
Os pequenos municípios devem experimentar ganhos para a economia local gerada pelo turismo em bicicleta, que está ganhando ainda mais força nesta retomada das atividades e serviços. Os 54 roteiros finais estão classificados segundo a ABNT e cada um tem suas informações referentes aos seguintes aspectos: Atividade; Percurso; Duração; Extensão; Altimetria; Operação e Grau de Dificuldade.
Os roteiros foram visitados, avaliados e escolhidos a partir de uma primeira indicação dos gestores. O objetivo era mapear os aspectos fundamentais para a divulgação e classificação das rotas, buscar organizar todas essas informações em um só lugar e disponibilizá-las. O documento consolidado está disponível no Guia de Áreas Protegidas do Estado de São Paulo – Ciclorrotas, acesse aqui.
Quanto aos itens acessórios do ciclista, apenas capacetes e luvas ficaram como equipamento de segurança obrigatório. O uso de óculos é aconselhado, mas não exigido. E também os modelos de bicicletas ficaram em aberto para não criar grandes restrições.
Como apoiar as Rotas
Para as pessoas físicas e jurídicas que se interessam em ajudar a manter uma ciclorrota, há previsão legal para isso. Atualmente, a manutenção das trilhas acontece pelo trabalho de voluntários, também usuários das unidades. Mas os planos da Fundação incluem parcerias mais robustas, com empresas adotando os roteiros e investindo em melhorias. As Unidades de Conservação têm uma série de demandas e a proposta é que o cicloturismo se torne parte da cultura local, promovendo a integração da sociedade com a Unidade difundindo assim o sentimento de pertencimento e a importância da preservação ambiental.
Para que uma empresa adote integralmente uma ciclorrota e, como contrapartida, possa promover sua marca nas sinalizações da trilha, é preciso um chamamento público, para que outras empresas possam manifestar seu interesse e para que haja um processo transparente de escolha.
O diretor-executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz, explicou que o projeto busca atender a demanda dos ciclistas, com a oferta de novos roteiros para a prática do pedal e indicação de pontos de apoio. “As ciclorrotas unem a prática de atividades físicas ao lazer, aproximando as pessoas da natureza. Além disso, o ecoturismo atrai recursos para as comunidades locais contribuindo para o desenvolvimento regional com geração de emprego e renda”, destacou.
A Fundação Florestal tem atuado em iniciativas para estimular a participação de parceiros externos como é o caso do Programa Adote um Parque e o Programa de Autorizações e Permissões de Uso. Os roteiros já estão disponíveis para visitação e é possível obter informações no Guia de Áreas Protegidas do Estado de São Paulo, e em breve agendar seu passeio pelo ingressosparquespaulistas.com.br, que estará disponível a partir de outubro de 2021.
Confira seis das principais ciclorrotas mapeadas: