Skip to main content

Projeto mapeia 1,5 mil km de rotas para cicloturismo e mountain bike nas Unidades de Conservação de São Paulo

18 de setembro de 2021

O projeto de Ciclorrotas desenvolvido pela Fundação Florestal em conjunto com as Unidades de Conservação sob sua gestão já mapeou 1.500 km de trilhas no estado de São Paulo. O projeto tem como objetivo fomentar o turismo em bicicleta, inclusive mountain bike, de forma regular em áreas de proteção ambiental proporcionando ao ciclista paisagens deslumbrantes e aproximação com a natureza.

Na esteira do aumento das vendas de bicicleta e do interesse da população pela prática do ciclismo e o aumento da procura pela atividade nas Unidades de Conservação, a Diretoria Executiva da Fundação Florestal realizou o mapeamento das ciclorrotas já existentes nas UCs e também daquelas com potencial de uso para cicloturismo e mountain bike.

Até o momento, já são 44 Unidades de Conservação (UC) inseridas no programa. Durante o ano de 2021, as equipes dessas UCs consolidaram informações sobre os percursos, pontos de apoio, turismo local e realizaram adequação e/ou implantação das ciclorrotas. São 54 rotas, sendo 815 km de circuitos internos às unidades, cinco rotas que ligam diferentes núcleos, que somam quase 300 km e um roteiro integrado com 410 km conectando diferentes Unidades de Conservação do estado.

A Aliança Bike conversou com o curador do projeto, Lucas Oliveira para entender como funcionou o processo de mapeamento das rotas e a articulação com as diversas gestões das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo. Confira os destaques do nosso papo:

Unidades amigas dos ciclistas

Os pequenos municípios devem experimentar ganhos para a economia local gerada pelo turismo em bicicleta, que está ganhando ainda mais força nesta retomada das atividades e serviços. Os 54 roteiros finais estão classificados segundo a ABNT e cada um tem suas informações referentes aos seguintes aspectos: Atividade; Percurso; Duração; Extensão; Altimetria; Operação e Grau de Dificuldade.

Os roteiros foram visitados, avaliados e escolhidos a partir de uma primeira indicação dos gestores. O objetivo era mapear os aspectos fundamentais para a divulgação e classificação das rotas, buscar organizar todas essas informações em um só lugar e disponibilizá-las. O documento consolidado está disponível no Guia de Áreas Protegidas do Estado de São Paulo – Ciclorrotas, acesse aqui.

Quanto aos itens acessórios do ciclista, apenas capacetes e luvas ficaram como equipamento de segurança obrigatório. O uso de óculos é aconselhado, mas não exigido. E também os modelos de bicicletas ficaram em aberto para não criar grandes restrições.

Como apoiar as Rotas

Para as pessoas físicas e jurídicas que se interessam em ajudar a manter uma ciclorrota, há previsão legal para isso. Atualmente, a manutenção das trilhas acontece pelo trabalho de voluntários, também usuários das unidades. Mas os planos da Fundação incluem parcerias mais robustas, com empresas adotando os roteiros e investindo em melhorias. As Unidades de Conservação têm uma série de demandas e a proposta é que o cicloturismo se torne parte da cultura local, promovendo a integração da sociedade com a Unidade difundindo assim o sentimento de pertencimento e a importância da preservação ambiental.

Para que uma empresa adote integralmente uma ciclorrota e, como contrapartida, possa promover sua marca nas sinalizações da trilha, é preciso um chamamento público, para que outras empresas possam manifestar seu interesse e para que haja um processo transparente de escolha.

O diretor-executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz, explicou que o projeto busca atender a demanda dos ciclistas, com a oferta de novos roteiros para a prática do pedal e indicação de pontos de apoio. “As ciclorrotas unem a prática de atividades físicas ao lazer, aproximando as pessoas da natureza. Além disso, o ecoturismo atrai recursos para as comunidades locais contribuindo para o desenvolvimento regional com geração de emprego e renda”, destacou.

A Fundação Florestal tem atuado em iniciativas para estimular a participação de parceiros externos como é o caso do Programa Adote um Parque e o Programa de Autorizações e Permissões de Uso.  Os roteiros já estão disponíveis para visitação e é possível obter informações no Guia de Áreas Protegidas do Estado de São Paulo, e em breve agendar seu passeio pelo ingressosparquespaulistas.com.br, que estará disponível a partir de outubro de 2021.

Confira seis das principais ciclorrotas mapeadas:

Rota circular com extensão de 14 km. O percurso passa por áreas de grande beleza cênica, podendo ser avistados os dois biomas presentes na UC: Cerrado, o caminho é cercado por vegetação características de campos e fisionomias savânicas, e Mata Atlântica. A trilha percorre os principais atrativos do parque: Mirante da Várzea do Rio Juquery, logo no início, Quiosque da Seriema; Árvore Solitária; e segue em paralelo ao Ovo do Pato (ponto mais alto da UC).

 

Com formato linear e extensão de 40 km (ida e volta), o trajeto se inicia na guarita da estrada Parque Castelhanos e termina no estacionamento da Baía de Castelhanos, contemplando um trajeto com visual deslumbrante, passando por alguns mirantes e cachoeiras. Este roteiro situa-se na área interna da UC.

 

Onde o visitante poderá pedalar cerca de 10 km por uma estrada rural em meio à Mata Atlântica, passando por nascentes, mirante, áreas para descanso e a sede de uma antiga fazenda. O trajeto termina no Rio Paranapanema e também é excelente para observação de aves.

Percurso de 95 km (ida e volta) pela Estrada Parque Rio dos Bagres até o Pico do Descalvado, com um pequeno trecho de asfalto, em bioma de Mata Atlântica. Ao longo do percurso é possível avistar diversas espécies de animais silvestres, bem como contemplar a vista sobre a ponte rio dos Bagres, um dos braços da Represa Cachoeira do França, formada pelo rio Juquiá.

 

Com formato linear e extensão de 15 km ida e volta, o roteiro percorre uma estrada antiga desativada, podendo observar importantes áreas preservadas remanescentes da Mata Atlântica de altitude, cachoeiras e águas cristalinas dos rios Paraibuna, Bonito e Ipiranguinha, com destaque para a Cachoeira do Ipiranguinha, com quatro quedas d’água e poços ideais para banho.

 

O percurso proposto traz uma malha de possibilidades de interligações entre as UCs
da região. No local, o ciclista passa por atrativos naturais e culturais, integrando 14 Unidades de Conservação e contemplando roteiros internos e externos. O circuito integrado tem cerca de 410 km de rotas lineares.

COMPARTILHE:

Receba nossas novidades por e-mail

Giuliana Pompeu

Coordenadora de Comunicação da Aliança Bike e Co-fundadora da HUB Conteúdo, é jornalista e produtora. Formou-se em Comunicação Social na Faculdade Cásper Líbero em 2017, onde dirigiu o documentário Ela Pedala. Assessora e idealiza projetos que usam a bicicleta para promover cidadania, cultura, saúde e diversão. Atualmente, coordena a comunicação da Aliança Bike e do Instituto Aromeiazero.

Entre na conversa Um comentário

  • Gustavo disse:

    Boa tarde, me chamo Gustavo, estou trabalhando junto com a Floresta Estadual do Noroeste Paulista.
    Estamos elaborando um roteiro de ciclovia em nossa unidade, seriam mais ou menos 15km de rota. Gostaria de saber como fazemos para participar da Ciclorrotas.
    Ainda estamos estudando as possibilidades, falta sinalização nas vias entre outros detalhes. Seria muito interessante entrarmos em contato para desenvolver esse projeto e apoiar a divulgação!
    att. Gustavo Rodrigues Yano.

Envie sua mensagem