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Eurobike expõe crise das Feiras de Bicicleta

Depois de um ano complicado, Feira alemã perde suporte importante enquanto luta para sobreviver em novo formato

4 de novembro de 2025

A Eurobike, tradicionalmente reconhecida como a principal feira europeia do mercado de bicicletas – e uma das mais importantes do mundo – enfrenta uma das fases mais desafiadoras de sua história. Se a edição 2025 já indicava sinais de tensão, com a ausência de várias grandes marcas europeias e americanas, os problemas aumentaram, colocando em alerta o futuro da feira e o risco de esvaziamento de sua representatividade global.

Veja os destaques da Eurobike 2025

O principal abalo veio com a decisão das duas mais influentes associações da indústria alemã — ZIV (Zweirad-Industrie-Verband) e Zukunft Fahrrad — de encerrar a parceria com a organização da Eurobike a partir de 2026.

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Organizadores querem aumentar a aposta em mobilidade urbana com a ‘Mobifuture’

A saída dessas entidades representa uma fatia expressiva dos fabricantes e fornecedores alemães (cerca de 240 empresas). Já anunciaram à retirada de importantes expositores – como a Bosch – e à articulação para o surgimento de uma nova plataforma mais dedicada ao mercado nacional. A Paul Lange, representante Shimano, também pode estar de saída.

Crise anunciada

Os motivos para o rompimento incluem divergências sobre o formato do evento. Há críticas à falta de espaço para demandas específicas do setor alemão. E questionamentos sobre a estratégia internacional de Frankfurt.

Mesmo com mais de 1.500 expositores de 68 países e crescimento do público internacional, a Eurobike registrou queda expressiva no número de visitantes especializados e expositores nacionais, refletindo um efeito dominó dessas tensões institucionais.

Para tentar reverter esse cenário, a organização anunciou para 2026 o lançamento da feira paralela “Mobifuture”, voltada à mobilidade elétrica e urbana, enquanto a Eurobike busca reafirmar seu foco esportivo.

A ideia é criar um evento duplo, segmentando ainda mais o público e tentando captar tanto marcas esportivas quanto empresas de soluções urbanas e elétricas.

Eurobike se diz surpresa

Em nota oficial, a Eurobike afirma que não esperava a saída das associações e que trabalhava junto com elas por alternativas para o futuro próximo. “Ficamos surpresos com a decisão das associações do setor, visto que o diálogo entre todas as partes foi conduzido de forma objetiva. Nosso intuito é trabalhar em conjunto com a indústria e nossos parceiros para desenvolver continuamente a Eurobike. E, dessa forma, fortalecer sua posição como a principal feira comercial em um contexto nacional e internacional.”

Especialistas do setor, contudo, enxergam a próxima edição como um divisor de águas. Ou a Eurobike se reinventa e mantém sua centralidade internacional, ou ficará à sombra de eventos regionais e plataformas digitais que ganham força com uma indústria cada vez mais fragmentada.

O impasse expõe, assim, os novos desafios do ciclismo global. Um momento de transição, alta competitividade e mudanças estruturais na forma de fazer negócios neste setor.

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