Com 387 km e paisagens de tirar o fôlego, Circuito dos Cânions Paulista é o mais novo destino de cicloturismo no interior de São Paulo

Integrando sete municípios em um rota circular, o Circuito dos Cânions Paulista oferece atrações como cachoeiras, vivências culturais e vistas deslumbrantes do alto de suas serras

No feriado de 7 de setembro foi inaugurado oficialmente o Circuito dos Cânions Paulista. Uma rota que passa pelas cidades de Itaberá, Taquarivaí, Itapeva, Ribeirão Branco, Nova Campina, Bom Sucesso de Itararé e Itararé. O percurso compreende trechos que vão do nível fácil, com altimetria pouco acidentada, até  trechos de serra com grande acúmulo de subidas.

O principal atrativo são as paisagens naturais que acompanham todo o circuito. Por estar localizado em uma região de serra e rodeada por cânions, a rota também contempla diversas cachoeiras e rios em seus arredores, tornando o passeio ainda mais convidativo.

Apesar de sua inauguração oficial estar ocorrendo agora, trechos do circuito já atraíam visitantes e cicloturistas há bastante tempo. A procura crescente por ciclistas fez com que os municípios unissem forças para estabelecer a rota de maneira definitiva e para que houvesse mais investimentos em sinalização e infraestrutura em todo o trajeto. “Cinco municípios fizeram parte do esforço inicialmente, mas logo depois das primeiras conversas outras duas cidades também mostraram interesse em estarem inseridas no circuito. É uma rota movimentada e esperamos que isso aumente depois da inauguração “, comentou Mateus Lopes, Presidente do Conselho Municipal do Turismo de Itapeva e responsável pela oficialização do Circuito dos Cânions Paulista. “A parte mais interessante foi ver que não só o Poder Público se engajou, mas também os comerciantes e membros da comunidade. Muitos investiram na divulgação e na sinalização do circuito, sabendo do potencial que essa iniciativa traz ao desenvolvimento de todas as cidades”, concluiu.

Os principais atrativos do Circuito dos Cânions Paulista

Para Mateus, que também é Secretário de Turística dos Cânions Paulista, a região tem uma população extremamente acolhedora e que está pronta para receber viajantes. Entre os principais atrativos, ele destaca a boa culinária de quase todas as cidades: “Passar por aqui é se deliciar com as opções de comida caipira que a região oferece. Acho que a mais tradicional é o Encapotado: nosso bolinho de frango feito com farinha de milho é a marca registrada da região”.

Mateus Lopes também recomenda os passeios pelas cidades que, apesar de pequenas, possuem charme comum aos vilarejos do interior, onde a vida passa mais devagar. “Gosto muito da cultura que temos aqui, que sempre recebe bem aqueles que vêm de fora. Um programa que eu gosto de convidar as pessoas, além da pedalada, é um passeio pelas feiras dominicais que acontecem aqui, todas elas autênticamente caipiras”, destaca ele.

Além do acolhimento e da beleza cênica, o circuito também oferece atrativos culturais e históricos. A cidade de Ribeirão Branco, por exemplo, foi o local de origem de um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro, o “Chupa-cabra”. A lenda é proveniente de uma das fazendas da cidade, onde a prefeitura estuda a construção de um museu nos próximos meses. Outra atração cultural interessante é o Quilombo do Jaó, primeiro a ser reconhecido pela Fundação Zumbi dos Palmares no Estado de São Paulo e que ainda abriga comunidades quilombolas até os dias de hoje.

Para quem gosta de belas vistas, os mirantes se dividem por todos os trechos do circuito. Os mais famosos são os Mirantes da Santa, da Estrada, do Estreito (em Nova Campina), mas também os mirantes da Ventania e da Itaoca (em Itararé), além dos Mirantes da Pedra da Galinha e do Camelo (em Bom Sucesso de Itararé). Já as cachoeiras mais visitadas são as Cachoeiras do Saltinho do Coqueiral, das Três Quedas (ambas em Itapeva), dos Pelados e as Cachoeiras do Corvo e da Capituva (em Itararé).

Segundo Mateus, que começou a pedalar em 2019 e foi o principal entusiasta e responsável pela oficialização do circuito, fazer o percurso completo é uma experiência enriquecedora e que vale a pena ser vivida. “A região é muito rica em natureza, cultura e hospitalidade. Acho que essas três coisas cativam qualquer viajante, seja ele um ciclista ou não”, comenta o Secretário que já fez todo o percurso por mais de uma vez e é responsável pelo site e pela administração das redes sociais do Circuito.

Sinalização, classificação dos trechos do circuito e os níveis de dificuldade

A dificuldade do circuito varia de acordo com cada trecho. Alguns apresentam altimetria mais elevada, enquanto outros são convidativos para ciclistas de qualquer idade e nível de experiência. A altimetria detalhada está disponível no site oficial do Circuito dos Cânions Paulista e todo o percurso conta com placas que indicam a classificação de dificuldade e o perfil altimétrico de cada trecho.

O circuito está sinalizado por completo e permite que ciclistas pedalem todos os 387 quilômetros de forma autônoma e autoguiada. As placas direcionais têm tamanho grande e estão implantadas em locais visíveis e com boa frequência. Além das placas físicas, o circuito também disponibiliza o tracklog de todo o percurso, facilitando a navegação através de celular ou aparelhos GPS.

Os próximos passos, segundo Mateus Lopes, serão investir na divulgação do circuito e seguir estruturando o caminho para entregar as melhores experiências aos ciclistas: “Agora que inauguramos, vamos ouvir os relatos de quem já pedalou por ali e pode contribuir com avaliações e possíveis melhorias. Outra iniciativa que está na pauta é entrarmos oficialmente para a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e já realizamos os primeiros movimentos para isso”, comenta Lopes.

SERVIÇO – CIRCUITO DOS CÂNIONS PAULISTA

Site: https://www.rtcanionspaulista.com.br/

Distância total: 387,6 km de extensão

Altimetria acumulada: 7.130 metros

Melhores meses para visitar: De novembro a janeiro (verão)