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Bicicletas infantis: um elo entre o mercado e o desenvolvimento social

11 de outubro de 2024

O mercado de bicicletas infantis no Brasil tem passado por uma transformação significativa nas últimas décadas.

Ao combinar inovação, segurança e acessibilidade, marcas como Nathor, Athor e Track estão moldando não apenas o futuro do ciclismo, mas também o desenvolvimento físico e social das crianças.

Seja por meio da introdução de novas tecnologias, como a chegada das balance bikes ao mercado brasileiro, da adoção de materiais mais sustentáveis ou de iniciativas sociais que democratizam o acesso à bicicletas, vivemos um cenário de crescimento do ciclismo infantil e toda a sociedade tem a ganhar com isso.

O impacto das bicicletas no desenvolvimento integral infantil

Mais do que uma diversão, o ciclismo contribui significativamente para o desenvolvimento motor, emocional e social das crianças.

Modelos como a supracitada balance bike, muito popular entre as linhas de Nathor, permitem que crianças de até 2 anos comecem a aprender equilíbrio e coordenação motora antes mesmo de pedalar. Esse tipo de bicicleta sem pedais ajuda a criar uma base sólida para que a criança faça a transição, de maneira fluida, para bicicletas maiores, como as de aro 16 e 20.

O impacto na saúde mental também é significativo. Andar de bicicleta promove independência, confiança e sensação de conquista, elementos cruciais para o desenvolvimento da autonomia infantil.

Além disso, há um forte estímulo ao convívio social. Nas escolas e em áreas públicas, pedalar incentiva a interação entre crianças de diferentes origens, fortalecendo laços de amizade, respeito e solidariedade – fundamentos do esporte, que são trabalhados desde a primeira infância.

Programas sociais e iniciativas comunitárias têm se dedicado a distribuir bicicletas infantis em áreas urbanas e rurais em todo o mundo, promovendo igualdade de oportunidades. Para famílias de baixa renda, a bicicleta não é apenas um brinquedo, mas uma ferramenta de transformação social, permitindo que crianças explorem seu bairro com mais segurança e autonomia.

Mercado de bicicletas infantis no Brasil

No Brasil, o mercado de bicicletas infantis tem expandido rapidamente, impulsionado por marcas que não só inovam, mas também promovem o ciclismo como uma prática saudável e acessível para crianças de todas as classes sociais. Empresas como Nathor, Athor e Track têm desempenhado um papel crucial nesse crescimento.

A Nathor, pioneira na produção de bicicletas de equilíbrio 100% nacionais, é hoje líder de mercado no nicho infanto-juvenil. A marca está ampliando sua atuação com projetos sociais e hoje é apoiadora do Instituto Aromeiazero, que entre dentre os projetos leva a bike para dentro da escola com o Rodinha Zero.

“A gente desenvolveu por anos a validação da geometria das nossas bicicletas, visitando creches e promovendo atividades para testar mesmo o que podia ser melhorado. O mercado precisa levar a sério o desenvolvimento de bicicletas infantis pois elas influenciam o futuro do ciclismo”, comenta Antônio Vergos, diretor e proprietário da Nathor bicicleta.

A Athor, por sua vez, aposta em bicicletas cujos modelos são projetados para oferecer robustez e versatilidade, sendo adequados tanto para o uso em ciclovias urbanas quanto em trilhas, permitindo que as crianças explorem diferentes terrenos de forma segura e estimulante.

“Hoje a linha infanto-juvenil é a nossa principal e a gente sentiu esse crescimento após a pandemia – quando então as aro 29 lideram as vendas. Acreditamos no movimento do uso de bicicletas para tirar os pequenos do uso excessivo de telas, gerando conexão entre a família, por isso também apoiamos a construção de pistas e trilhas”, conta Caio Ferreira da Athor Bikes.

A Track também  decidiu ampliar seu investimento na linha infanto-juvenil, atendendo a uma demanda crescente por bicicletas que ofereçam segurança. Um dos destaques da marca é o modelo “pré-balance”, desenvolvido para crianças que ainda não adquiriram equilíbrio suficiente para fluir em uma bicicleta de balanço maior.

“A gente começou com a linha infantil e hoje nós voltamos a olhar com mais atenção para esse público. Além da balance bike, que é o mais novo produto da nossa linha, também os triciclos estão sendo bem recebidos. A ideia é ajudar a manter o interesse da criança pelo ciclismo ao longo do tempo”, argumenta Thomas Taguchi da Track Bikes.

A relevância social das bicicletas na infância: um olhar sobre o futuro

Além da prática de esporte e lazer ativo, a bicicleta tem um  papel social mais amplo de inclusão, mobilidade sustentável e educação.

Para muitas crianças, especialmente nas áreas urbanas, a bicicleta é o primeiro meio de transporte com o qual têm contato. A partir desse ponto, elas não apenas aprendem a se locomover, mas também começam a entender a importância de meios de transporte que não poluem e que incentivam o convívio em comunidade.

“A bicicleta na infância é um brinquedo, mas também já desempenha seu poder de levar, transportar de um lugar ao outro. Essa vivência desde cedo propicia um olhar mais atento para a mobilidade e com educação e infraestrutura nas cidades, podemos incentivar os deslocamentos ativos e sustentáveis desde a escola”, comenta Murilo Casagrande, diretor institucional do Aromeiazero.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Antonieta D’Alkimin Basto, localizada em São Paulo, está dando um excelente exemplo de como a bicicleta pode transformar a rotina escolar. Após algumas ações do projeto Rodinha Zero do Aromeiazero por lá, a gestão escolar resolveu adotar a bicicleta de forma contínua nas aulas de educação física. Também as idas à escola de bicicleta se tornam realidade para mais alunos com a instalação de um bicicletário dentro  das dependências da escola, localizada na Vila Olímpia – uma região de trânsito intenso, mas bem servida por ciclovias e ciclofaixas, proporcionando mais segurança.

Ensinar as crianças a pedalar desde cedo não só incentiva um estilo de vida mais saudável, mas também reforça a necessidade de ciclovias e equipamentos públicos mais inclusivos. Com planejamento urbano voltado para o ciclista, a bicicleta deixa de ser apenas uma opção de lazer e se torna parte essencial do cotidiano, inclusive das crianças, promovendo uma mobilidade mais sustentável e acessível para todas as gerações.

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Giuliana Pompeu

Coordenadora de Comunicação da Aliança Bike e Co-fundadora da HUB Conteúdo, é jornalista e produtora. Formou-se em Comunicação Social na Faculdade Cásper Líbero em 2017, onde dirigiu o documentário Ela Pedala. Assessora e idealiza projetos que usam a bicicleta para promover cidadania, cultura, saúde e diversão. Atualmente, coordena a comunicação da Aliança Bike e do Instituto Aromeiazero.

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