As novidades tecnológicas para o mercado de bicicleta
A evolução do ciclismo – em todas as suas frentes – passa pela tecnologia e a incorporação cada vez maior de componentes eletrônicos. Os motores das e-bikes, câmbios eletrônicos, os ciclocomputadores, as suspensões inteligentes, os medidores fisiológico e até o uso da Inteligência Artificial já chegou ao esporte.
Realizado na cidade de Las Vegas, nos EUA, no começo de janeiro, A CES 2025 (Consumer Electronics Show) trouxe as principais tendências no campo da inovação e da tecnologia. Todavia, entre tantas novidades, claro, muita coisa relacionada com o mundo da bike. Nem tudo que estava lá vai chegar ao mercado.
Porém, algumas coisas chamam a atenção seja envolvendo o desenvolvimento das bicicletas elétricas, a atualização de acessórios inteligentes e algumas soluções de mobilidade sustentável. Confira.
E-BIKES E MOBILIDADE URBANA
O menor motor do mundo
A Urtopia apresentou uma bicicleta de titânio – impressa em 3D, diga-se – pesando 10,8kg. Nada demais, se ela não fosse uma e-bike. A novidade aqui é um motor instalado no movimento central denominado Quarq DM1.2, que, segundo o fabricante, pesa apenas 1,17 kg e é o mais leve já produzido. Além disso, a Urtopia afirma que o sistema pode produzir um torque máximo de 65 Nm, um número surpreendente para seu tamanho.
No final do ano passado, noticiamos no Bicicleta News o lançamento da Mahle, o X20, que tinha 55Nm de torque e pesava 2,5kg. Ou seja, é bem interessante. A bike ainda é um protótipo, mas Urtopia – que tem uma vasta gama de e-bikes com quadro de carbono – promete colocá-la no mercado ainda esse ano.
A bicicleta impressa em Titânio e, no detalhe, uma ilustração do motor (Divulgação)
Trava Anti-furto na Bateria
A Bosch apresentou no CES o Battery Lock. Um recurso eletrônico que garante que uma bateria de e-bike não pode ser utilizada, caso seja roubada. A solução complementa o portfólio de proteção digital da marca, que conta com ‘eBike Lock’ e ‘eBike Alarm’.
O recurso atua nas duas frentes. Rompendo a assistência em caso de um roubo da bike completa ou também na tentativa de usar apenas a bateria furtada em outra bicicleta. Pelo app, o proprietário pode ligar ou desligar o bloqueio. A previsão é que essa atualização chegue ao consumidor final ainda esse ano e atenda todas as e-bikes Bosch ‘inteligentes’.
Será que pega?
A Livall lançou uma nova versão do seu kit de conversão de e-bike Pikaboost. O sistema é interessante. Mesmo que não pareça capaz de cair no gosto dos ciclistas. Totalmente externo e compacto, ele pode ser utilizado em qualquer modelo de bicicleta, apenas fixando no canote.
O motor assiste por fricção na roda traseira (assista ao vídeo) e com a promessa de instalação simples e uma dinâmica fácil de transferir entre diferentes bikes. Com um custo sugerido de cerca de R$ 2.200 (US$ 369), o sistema conta com uma autonomia de 70 km com uma bateria de 158 Wh, alcança até 32 km/h e tem um dispositivo de segurança para frenagem. A CES premiu este projeto nos quesitos “Sustentabilidade e Energia”. Mas será que faz sentido ter uma dessas?
PERFORMANCE
Medidor de calor
O alto rendimento avança para uma mensuração completa dos índices fisiológicos dos atletas. Mesmo que alguns desses sensores ainda sejam proibidos em competição, todavia, eles podem ajudar muito no treinamento e no autoconhecimento dos ciclistas.
Neste sentido a CORE lançou na feira a sua segunda geração de sensores de temperatura corporal, o CORE 2. A fita se conecta aos principais dispositivos de fitness (ciclocomputadores e smartwatchs) para permitir o rastreamento de dados de temperatura corporal em tempo real. A versão atualizada tem um tamanho 48% menor e é 30% mais leve do que a oferta anterior e tem um novo indicador LED.
O produto – incluído na lista de premiados da CES2025 na categoria Fitness – já está disponível ao mercado e a empresa afirma que 65% dos ciclistas do World Tour utilizam o dispositivo em suas pedaladas.
INTERATIVIDADE E SEGURANÇA
Para não ficar na mão
Uma novidade simples, mas bem útil na CES 2025 foi apresentada pela empresa chinesa Romoss. Um carregador de energia para ciclistas fixado no guidão. O Magmount Power Bank é à prova de choque, d’água e de poeira. Com uma capacidade de 5000mAh e carregamento sem fio Qi2 de 15W, o ciclista garante a carga extra para luzes, ciclocomputadores, câmeras de ação e outros dispositivos.
Drones na pista
Não é bem uma inovação no ciclismo. Mas na forma como vamos assistir as provas no futuro próximo. Presente em eventos de Estrada, Ciclocross e Mountain Bike, os Drones permitem uma visão diferente das disputas. Porém, sempre se discute os riscos que eles podem causar tanto aos ciclistas quanto ao público.
É nesse sentido a novidade japonesa chamada Hagamosphere. A DIC Corporation em parceria com a Tokushima University desenvolveu um drone que conta com uma redoma protetora que o torna capaz de “mover-se tanto horizontalmente quanto verticalmente, mantendo o equilíbrio”. Eventualmente, o drone pode rolar pelo chão e continuar captando. Um novo horizonte se expande na cobertura esportiva.
Trek, AIZIP e um AI enigmático
A Trek Bicycle esteve na CES 2025 em uma colab com a empresa de Inteligência Artificial AIZIP. As duas marcas trabalharam juntas em um aplicativo utilizando um nano computador e que tem o ciclismo uma de suas possíveis aplicaçãoes. O produto ainda em desenvolvimento foi apresentado em Las Vegas com a promessa de otimizar a relação do ciclista com a bicicleta através da IA. Em tese, analisando as preferências e o comportamento do indivíduo, o ‘wearable’ poderia aperfeiçoar a personalização de rotas, a escolha de pedais mais seguros, treinamento em tempo real e a comunicação remota com parentes e amigos. Porém, segue um certo mistério, já que o teste não foi apresentado ao público.
Comenta aqui qual dessas novidades você acha que pode somar mais ao mercado no futuro próximo? E você já sabe. Para receber as notícias do mundo da bicicleta em primeira mão no seu celular, assine o Bicicleta News.
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