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A vitória mais difícil para Tadej Pogacar

Pela quinta vez, fenômeno esloveno tentará vencer a Monumental Milão-São Remo

19 de março de 2025

Tadej Pogacar vai ter o maior desafio da carreira nesse sábado (22/3). O ciclista esloveno é campeão de tudo (Giro d’Italia, Tour de France, Mundial, clássicas etc). Porém, na Milão-São Remo a história é sempre diferente. A Classicíssima, a prova mais longa do calendário profissional (289km) é uma das imprevisíveis e já escapou das garras de Pogacar em quatro ocasiões.

É claro que a dificuldade se reflete em uma obsessão para o ciclista que venceu quase tudo que correu no ano passado. Faltaram duas provas e, surpresa, uma delas foi a Milão-São Remo.

Em 2025, Pogacar segue no mesmo ritmo dominador da temporada passada e já venceu as duas provas que correu, incluindo um show absoluto na Strade Bianche. É o favorito e a figura central da disputa. Mas, diferente do que aconteceu na prova toscana, o esloveno já não é considerado vencedor de véspera. Ao contrário, traz com ele uma pergunta:

Como Tadej Pogacar vai conseguir vencer a Milão-São Remo?

O CAMINHO PARA VITÓRIA

Prova é marcada por horas de expectativa (morna) e um final de tirar o fôlego

Milão-São Remo é a primeira das cinco clássicas Monumento (os eventos de um dia mais importantes do ciclismo) a prova italiana está na sua 116a edição. É uma prova extremamente tradicional e marcante.

Entre suas virtudes está ser a Monumento ao alcance dos velocistas. Por isso, os grandes sprinters da história conseguiram vencê-la. Mark Cavendish, Erik Zabel, Alessandro Petacchi, Mário Cipollini, entre muitos outros, incluindo o atual campeão Jasper Phillipsen, que também é um velocista de primeira prateleira.

Mesmo para um talento como Pogacar, a MSR não pode ser resolvida sozinho. As subidas finais na Cipressa e no Poggio, sobretudo, não são seletivas o bastante para ele deixar todos para trás. Desde 2020 ele tentando formas diferentes. Foi 12º, 5º, 4º e 3º.

Mas sempre alguém resiste, principalmente, Mathieu Van der Poel, vencedor em 2023 e o responsável por neutralizar o ataque de Pogi ano passado em prol do seu companheiro de equipe Jasper Philipsen.

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Pogacar e Van der Poel travam incríveis duelos no Poggio

Alguns especialistas entretanto dizem que Pogacar precisa selecionar o grupo desde antes. Tornando os monótonos 270 km iniciais mais intensos. A estratégia de subir a Cipressa em tempo recorde está na pauta. Mas no ano passado, seus companheiros se desgastaram tanto neste trecho que ele ficou isolado na subida do Poggio enquanto outras equipes tinham mais de uma carta.

RIVAIS VOANDO

Contra os planos de Pogacar, um pelotão repleto de ciclistas voando e sonhando alto. Nomes como o velocista italiano Jonathan Milan. Ele traz junto o companheiro de equipe na Lidl-Trek, o dinamarquês Mads Pedersen, que brilhou na Paris-Nice nesta última semana.

Tem também o italiano Filippo Ganna (INEOS). Com bom retrospecto na prova, ele vive uma ótima fase e mostrou isso ao conquistar o segundo lugar na Tirreno-Adriatico. Brilhou na crono e se defendeu muito bem nas subidas.

Não pode faltar também a dupla da Alpecin-Deceuninck formada pelo Mathieu Van Der Poel e pelo Jasper Phillipsen. E, acredite, essa lista tem bem mais de dez nomes realmente capazes de vencer no sábado.

Confira o Start List da prova masculina

O MAIOR DE TODOS

O Tadej Pogacar já venceu três das cinco monumentos: Volta de Flandres, Il Lombardiae Liège-Bastogne-Liège. Falta a Milão-São Remo e a Paris-Roubaix, que talvez ele até participe esse ano. Contudo, a Clássica dos Pavès até parece muito mais ao alcance do esloveno do que a Milão-São Remo.

Merckx comemora em 1976 a sua sétima vitória. Ele venceu todas as Monumentos ao menos duas vezes na carreira.

O maior campeão dessa prova é o belga Eddy Merckx, o Great of All Times ou o GOAT, que venceu sete vezes na Milano-São Remo. Isso é outro estímulo para Tadej Pogacar neste final de semana. Se aproximar das façanhas daquele que parecia inalcançável no topo da dinastia sobre duas rodas.

O que Pogacar vem fazendo, sobretudo, no ano passado não deixa dúvida de que ele está no caminho. A MSR pode ser mais um passo para ele se tornar o maior ciclista de todos os tempos. E ele sabe disso.

Leia também: Tadej Pogacar no rumo do pódio de ciclista do século

MULHERES NO POGGIO

Prova feminina terá quase a metade da quilometragem, mas replica o trecho mais relevante

Esse ano também acontece a prova feminina. Ela já existiu no passado, mas volta com aura de novidade. Inclusive, vai ter participação brasileira com Tota Magalhães correndo pela equipe espanhola Movistar.

O startlist está repleto de estrelas e, com isso, a certeza de uma belíssima disputa. Com menos quilômetros nas pernas, elas todavia vão subir a Cipressa, o Poggio e seguirão naquele eletrizante final até a meta na Via Roma.

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Tota Magalhães estará na prova com a equipe espanhola Movistar

Confira o Start List da prova feminina

ONDE ASSISTIR

A Milão-São Remo Masculina será transmitida na íntegra em português no canal DSports, no Sky+. A prova feminina contará, a princípio, apenas com entradas durante a transmissão. A transmissão começa as 6h da manhã e a previsão de término é por volta das 13h.

Não deixe de comentar aqui sua expectativa para esses dois grandes eventos. Quem colocará seu nome na história neste sábado? Façam suas apostas.

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Leandro Bittar

Leandro Bittar é jornalista e coordena o time de Comunicação da Aliança Bike

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