Startup brasileira ganha o mundo na gestão de oficinas de bicicleta
Além dos benefícios que a bicicleta proporciona, pessoal e coletivamente, também há algum trabalho em ser ciclista: é preciso fazer sua manutenção constantemente para que o pedal não seja prejudicado por algum problema mecânico. Mas existem meios de facilitar esse processo e um deles é o aplicativo Blump, que tem por objetivo auxiliar tanto a gestão da oficina de um bike shop, quanto o ciclista nessa relação para manter a bike em dia.
“A gente costuma dizer que o Blump digitaliza a bicicleta”, conta Gustavo Nobre, CEO da startup, durante sua participação no podcast da Aliança Bike. A plataforma foi criada em 2018 para auxiliar a gestão de oficinas de bicicletas, mas sua utilidade se estende ao próprio ciclista, que acaba tendo com o aplicativo um histórico de sua bicicleta com as manutenções feitas, as peças trocadas e alertas sobre as próximas providências a serem tomadas.
Da ideia à Specialized Brasil
Programador por formação e ciclista por vocação, Gustavo trabalhava em banco e foi ajudar um dono de uma loja de bike de Belém (PA), sua cidade natal, a melhorar uma planilha de Excel lá nos idos de 2006. O trabalho foi elogiado, mas ficou por aí, até que mais de uma década depois, em 2017, quando ele refletia sobre a vida fazendo o Caminho de Santiago, a ideia do Blump voltou à sua cabeça enquanto pedalava pelo norte da Espanha.
Na volta para o Brasil, o escopo da startup para oficinas de bicicleta já estava praticamente todo idealizado e anotado num caderninho. Gustavo se sentou ao computador, formatou o projeto e voltou aos donos de bicicletarias de Belém oferecendo o serviço. Gratuitamente. Em agosto de 2018, o Blump já era uma realidade e foi apresentado em um estande no Festival Bike Brasil (antiga Brasil Cycle Fair, feira criada pela Aliança Bike em 2011).
Durante o evento, Gustavo foi surpreendido por um representante da Specialized Brasil que o abordou no estande dizendo que a marca buscava um produto daqueles para gerenciar as oficinas das lojas no Brasil. A parceria começou ali mesmo e o Blump saiu da feira com 40 novos clientes, fora os quatro de Belém que já haviam aderido à plataforma de gestão.
Internacionalização
Nem bem o Blump começou a se firmar como empresa e Gustavo se mudou para Portugal para acompanhar sua mulher, que havia sido aprovada para um programa de doutorado por lá. Seguindo com os negócios no Brasil, ele levou a startup na bagagem e deu início a uma nova etapa para o aplicativo, que se internacionalizou.
“Comecei a visitar umas lojas em Portugal e a perceber que os problemas eram os mesmos das lojas do Brasil. Comecei a visitar a Espanha e a perceber que os problemas eram os mesmos também. Então eu disse ‘espera aí, esse problema é mundial, então o Blump tem condições de ser expandido para o mundo’”, conta Gustavo. E foi o que fez.
Hoje o Blump atende cerca de 30 lojas em Portugal, três na Espanha, duas no México, uma na Irlanda e está entrando no mercado norte-americano. Para dar conta dessa demanda, a empresa foi desmembrada, com a sede portuguesa cuidando dos clientes internacionais e a brasileira com os mais de 300 lojistas nacionais. “Isso foi uma opção fiscal”, reconhece.
Negócio em expansão
São três os pilares que sustentam o Blump: o ciclista, que não paga nada para utilizar o aplicativo, mas é ele que mantém a roda girando agendando e buscando os serviços das oficinas; as lojas, que pagam uma assinatura mensal para terem o programa de gestão que controla fluxo e a comunicação com os clientes entre outros serviços; e as grandes redes varejistas e fabricantes, que podem contratar o Blump Analytics, uma base de dados que norteia as empresas sobre o mercado da bicicleta.
Como todo o segmento de bicicleta, o Blump também vem sentindo a retração do mercado no pós-pandemia. “De um modo geral, a gente tem percebido que o fluxo tem diminuído, mais aqui na Europa do que no Brasil. Eu associo isso não só à Covid, mas a questão das guerras que estão acontecendo aqui e a de Israel”, declara Gustavo.
Mesmo assim, o Blump conta com uma saúde financeira tranquila, o suficiente para investir no crescimento da empresa. A aposta em novos talentos do ciclismo está na mira da startup para compor a estratégia de marketing, assim como a volta às feiras. No ano passado, o Blump também esteve no Shimano Fest, em São Paulo, o que deve se repetir neste ano. E Gustavo deixou escapar na entrevista do podcast que estão vendo de ir para a Eurobike 2024, na Alemanha.
Quer saber mais sobre o Blump e as histórias de Gustavo Nobre nessa jornada inovadora no mercado de bicicleta? Ouça o podcast da Aliança Bike em que ele foi entrevistado pelo diretor executivo, Daniel Guth, clicando no link.
O Blump ainda está oferecendo descontos exclusivos para lojas associadas à Aliança Bike, confira aqui.
Também batemos um papo com o Gustavo Nobre no Aliança Bike Podcast, ouça agora.
Entre na conversa Um comentário
Envie sua mensagem
Olá, somente não consegui entender porque uma plataforma com tanta abrangência não atualiza os apps. Existem muitas reclamações e isto desmotiva a instalação e uso.