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Startup brasileira ganha o mundo na gestão de oficinas de bicicleta

Com uma rede de mais de 330 bike shops no Brasil e no exterior, o app Blump auxilia lojistas e ciclistas na manutenção de suas bikes

13 de março de 2024

Além dos benefícios que a bicicleta proporciona, pessoal e coletivamente, também há algum trabalho em ser ciclista: é preciso fazer sua manutenção constantemente para que o pedal não seja prejudicado por algum problema mecânico. Mas existem meios de facilitar esse processo e um deles é o aplicativo Blump, que tem por objetivo auxiliar tanto a gestão da oficina de um bike shop, quanto o ciclista nessa relação para manter a bike em dia.

“A gente costuma dizer que o Blump digitaliza a bicicleta”, conta Gustavo Nobre, CEO da startup, durante sua participação no podcast da Aliança Bike. A plataforma foi criada em 2018 para auxiliar a gestão de oficinas de bicicletas, mas sua utilidade se estende ao próprio ciclista, que acaba tendo com o aplicativo um histórico de sua bicicleta com as manutenções feitas, as peças trocadas e alertas sobre as próximas providências a serem tomadas.

Da ideia à Specialized Brasil

Programador por formação e ciclista por vocação, Gustavo trabalhava em banco e foi ajudar um dono de uma loja de bike de Belém (PA), sua cidade natal, a melhorar uma planilha de Excel lá nos idos de 2006. O trabalho foi elogiado, mas ficou por aí, até que mais de uma década depois, em 2017, quando ele refletia sobre a vida fazendo o Caminho de Santiago, a ideia do Blump voltou à sua cabeça enquanto pedalava pelo norte da Espanha.

 Na volta para o Brasil, o escopo da startup para oficinas de bicicleta já estava praticamente todo idealizado e anotado num caderninho. Gustavo se sentou ao computador, formatou o projeto e voltou aos donos de bicicletarias de Belém oferecendo o serviço. Gratuitamente. Em agosto de 2018, o Blump já era uma realidade e foi apresentado em um estande no Festival Bike Brasil (antiga Brasil Cycle Fair, feira criada pela Aliança Bike em 2011).

Durante o evento, Gustavo foi surpreendido por um representante da Specialized Brasil que o abordou no estande dizendo que a marca buscava um produto daqueles para gerenciar as oficinas das lojas no Brasil. A parceria começou ali mesmo e o Blump saiu da feira com 40 novos clientes, fora os quatro de Belém que já haviam aderido à plataforma de gestão.

Internacionalização

Nem bem o Blump começou a se firmar como empresa e Gustavo se mudou para Portugal para acompanhar sua mulher, que havia sido aprovada para um programa de doutorado por lá. Seguindo com os negócios no Brasil, ele levou a startup na bagagem e deu início a uma nova etapa para o aplicativo, que se internacionalizou.

“Comecei a visitar umas lojas em Portugal e a perceber que os problemas eram os mesmos das lojas do Brasil. Comecei a visitar a Espanha e a perceber que os problemas eram os mesmos também. Então eu disse ‘espera aí, esse problema é mundial, então o Blump tem condições de ser expandido para o mundo’”, conta Gustavo. E foi o que fez.

Hoje o Blump atende cerca de 30 lojas em Portugal, três na Espanha, duas no México, uma na Irlanda e está entrando no mercado norte-americano. Para dar conta dessa demanda, a empresa foi desmembrada, com a sede portuguesa cuidando dos clientes internacionais e a brasileira com os mais de 300 lojistas nacionais. “Isso foi uma opção fiscal”, reconhece.

Negócio em expansão

São três os pilares que sustentam o Blump: o ciclista, que não paga nada para utilizar o aplicativo, mas é ele que mantém a roda girando agendando e buscando os serviços das oficinas; as lojas, que pagam uma assinatura mensal para terem o programa de gestão que controla fluxo e a comunicação com os clientes entre outros serviços; e as grandes redes varejistas e fabricantes, que podem contratar o Blump Analytics, uma base de dados que norteia as empresas sobre o mercado da bicicleta.

Como todo o segmento de bicicleta, o Blump também vem sentindo a retração do mercado no pós-pandemia. “De um modo geral, a gente tem percebido que o fluxo tem diminuído, mais aqui na Europa do que no Brasil. Eu associo isso não só à Covid, mas a questão das guerras que estão acontecendo aqui e a de Israel”, declara Gustavo.

Mesmo assim, o Blump conta com uma saúde financeira tranquila, o suficiente para investir no crescimento da empresa. A aposta em novos talentos do ciclismo está na mira da startup para compor a estratégia de marketing, assim como a volta às feiras. No ano passado, o Blump também esteve no Shimano Fest, em São Paulo, o que deve se repetir neste ano. E Gustavo deixou escapar na entrevista do podcast que estão vendo de ir para a Eurobike 2024, na Alemanha.

Quer saber mais sobre o Blump e as histórias de Gustavo Nobre nessa jornada inovadora no mercado de bicicleta? Ouça o podcast da Aliança Bike em que ele foi entrevistado pelo diretor executivo, Daniel Guth, clicando no link.

O Blump ainda está oferecendo descontos exclusivos para lojas associadas à Aliança Bike, confira aqui.

Também batemos um papo com o Gustavo Nobre no Aliança Bike Podcast, ouça agora.

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Paulo Cabral

Paulo Cabral é jornalista formado pela Universidade de Brasília com anos de experiência em rádio, TV e revistas. Ciclista de passeio, acredita na bicicleta como forma de ocupação sustentável e democrática das cidades.

Entre na conversa Um comentário

  • Carlos disse:

    Olá, somente não consegui entender porque uma plataforma com tanta abrangência não atualiza os apps. Existem muitas reclamações e isto desmotiva a instalação e uso.

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