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As melhores cidades do mundo para pedalar segundo Zé Lobo da Transporte Ativo

20 de outubro de 2022

Ativista pró-mobilidade urbana sustentável à frente da ONG Transporte Ativo, Zé Lobo começou a pedalar na infância pelo Rio de Janeiro, sua cidade natal. Cresceu em cima de uma bike e tirou carteira de motorista aos 18 anos, mas o trânsito violento e engarrafado o fez voltar para a bicicleta e não largar mais.

No início dos anos 2000, com as primeiras estruturas cicloviárias no Rio, Zé Lobo passou a integrar o grupo de planejamento cicloviário do município. Apesar de se formar design gráfico, o seu envolvimento com o cicloativismo falou mais alto, e ele foi se envolvendo a ponto de se dedicar exclusivamente a promover o uso de bikes nas cidades de todo o mundo.

Com esse currículo, pedimos a Zé Lobo uma lista das melhores cidades do mundo para se andar de bicicleta. Confira:

Amsterdam (Holanda) e Copenhague (Dinamarca)

“Essas duas cidades começaram lá atrás o movimento de repensar as ruas, ou seja, elas têm um conhecimento de mais de meio século sobre o uso de bicicletas na cidade. As bikes em Amsterdam e em Copenhague já estão consolidadas, então lá você pode pedalar com segurança e com o respeito das outras pessoas, além de que a fiscalização é natural. Em Amsterdam, o sistema ciclístico é híbrido, com vias compartilhadas com outros veículos e exclusivas, mas o fluxo, apesar de grande, faz você se sentir num passeio como se estivesse caminhando dentro de casa. Em Copenhague, o sistema é exclusivo para bicicletas, mas apesar das ciclovias muito cheias, há a onda verde, que é aquela sequência de semáforos abertos para não atravancar o fluxo, e lá todos os bicicletários são instalados em locais privilegiados, tudo para favorecer o ciclista. Nas duas cidades, a integração com o transporte público é total com a bike, e o ciclista se sente realmente seguro.”

Paris (França) e Nova York (EUA)

“Até dez ou 15 anos atrás, tanto Paris quanto Nova York eram totalmente voltadas para carros, mas com a virada no começo dos anos 2000, essas duas cidades passaram a sofrer mudanças em suas ruas para acolher as bicicletas e os ciclistas. Em Nova York, começaram a ser feitas faixas, ciclovias, bicicletários, com um monitoramento cada vez maior de bikes, o que promoveu diferenças muito grandes. Como diz o ditado, se faz em Nova York, faz-se em qualquer lugar. E Paris está indo pelo mesmo caminho. Lá, bicicleta não é só mais um meio de transporte, ciclista é tratado como ciclista, e o plano é reduzir os veículos motorizados nas ruas. Com isso, houve uma explosão no uso de bicicleta na capital francesa, que ainda promove o compartilhamento de bikes, ou seja, é uma cidade onde tem sempre uma bicicleta disponível e os espaços estão cada vez mais propícios.”

Rio de outras tantas

“Depois de falar das duas pioneiras, Amsterdam e Copenhague, e das duas com mudanças mais recentes, Nova York e Paris, quero destacar agora todas as outras cidades que estão pensando na bicicleta como um meio de transporte saudável, sustentável e seguro, porque é com a promoção da cultura ciclística que o trânsito vai se acostumando com essas novas realidades. E eu começo pelo próprio Rio de Janeiro, que faz parte da minha história, e para mim, como morador, vejo os avanços que a nossa luta vem conseguindo para deixar a cidade cada vez mais atrativa para os ciclistas. E esse movimento está acontecendo, de forma geral, em todo o Brasil, e eu destaco aqui Niterói (RJ), onde o uso médio de bikes cresceu 25% nos últimos sete anos, e Fortaleza (CE), que vem implementando uma infraestrutura eficiente.”

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