Atenção com a Logística Reversa de Embalagens
A logística reversa de embalagens já é uma obrigação legal para empresas que atuam no mercado brasileiro e tende a ganhar peso na agenda do setor de bicicletas. A Aliança Bike traz nesse artigo uma combinação de normas federais e estaduais, somada a novos decretos específicos para descartes de materiais. Esses documentos orientam fabricantes, importadores, distribuidores e varejistas, que precisam comprovar a destinação adequada das embalagens pós-consumo. O risco? Multas pesadas e outras sanções.
O que a lei exige das marcas de bicicleta?
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) instituiu a logística reversa como instrumento obrigatório. Com responsabilidade compartilhada ao longo da cadeia, incluindo empresas que colocam no mercado bicicletas, componentes e acessórios embalados. Decretos mais recentes, como o 11.413/2023 (vidro) e o 12.688/2025 (plástico), detalham metas de recuperação, exigência de sistemas estruturados e reporte anual, tornando mais objetiva a fiscalização sobre o cumprimento dessas obrigações.
Na prática, isso significa que empresas do setor precisam:
- mapear o volume de embalagens que colocam no mercado;
- aderir aos sistemas de logística reversa (próprios ou coletivos) e registrar essas iniciativas nos órgãos ambientais;
- comprovar a compensação anual ou reciclagem de um percentual mínimo por meio de relatórios e certificados aceitos oficialmente.
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Multas e riscos de não conformidade
A legislação prevê que o descumprimento das metas de logística reversa pode gerar penalidades administrativas. Incluindo multas ambientais, restrições de licenciamento e responsabilização civil e criminal. Em alguns estados, a comprovação de logística reversa é pré-requisito para obtenção ou renovação de licenças ambientais, o que conecta diretamente o tema à operação cotidiana de fabricantes, distribuidores e varejistas.
Além da agenda regulatória, cresce a pressão de mercado. Estudos de percepção recente indicam que uma parcela relevante dos consumidores já considera ações ambientais das marcas no momento de compra, o que reforça o vínculo entre conformidade legal e competitividade.
Modelos em uso: compensação e redes locais
O selo eureciclo é uma das alternativas para atender as normas federais e estaduais
Uma das soluções mais utilizadas no Brasil é a certificação de compensação ambiental, como o selo eureciclo, que reconhece marcas que investem na reciclagem de um volume de embalagens equivalente ao que colocam no mercado. Nesse modelo, a empresa contrata a compensação de um percentual mínimo da massa de embalagens por meio de uma rede de operadores e cooperativas de reciclagem. Essas ações possuem, todavia, um lastro documental auditável.
Esse é o modelo seguido pela Specialized Brasil, como explica Jônatas Gallego, Country Manager da marca. “Tratamos o impacto ambiental como parte do nosso dever. Embora sempre haja espaço para avançar, seguimos duas frentes claras: primeiro, garantimos que todas as nossas embalagens — enviadas aos ciclistas ou aos nossos parceiros — estejam cobertas pela certificação Eu Reciclo. E, segundo, orientamos nossas lojas a buscar operadores locais de reciclagem em cada cidade para assegurar a destinação adequada dos resíduos. É um trabalho de melhoria contínua, feito passo a passo.”
Referências internacionais na indústria da bicicleta
O cuidado com a embalagem faz parte do Plano de Sustentabilidade da Trek
Essa compreensão da logística reversa como uma obrigação legal, mas também uma missão. Faz parte, assim, da agenda de sustentabilidade de grandes empresas do setor de bicicletas. A Trek, por exemplo, mantém, globalmente, programas de recolhimento e revenda de bicicletas usadas, com inspeção e substituição de componentes antes de recolocá-las no mercado, o que reduz a demanda por novos materiais e prolonga a vida útil dos produtos.
Iniciativas desse tipo se articulam portanto com plataformas setoriais como a Shift Cycling Culture, que estimula empresas da cadeia ciclística a reduzir resíduos, redesenhar embalagens e adotar modelos circulares de negócio.
A convergência entre esses movimentos globais e a regulação brasileira cria um contexto em que a logística reversa deixa de ser apenas obrigação regulatória e passa a integrar a estratégia de produto, marca e relacionamento com consumidores no setor de bicicletas.
Tem alguma dúvida ou quer saber mais sobre como fugir dos sustos com as cobranças sobre a Logística Reversa de Embalagens? Fale conosco!
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