“É sempre um privilégio poder levar a bandeira do Brasil”

A primeira grande volta da temporada começa neste domingo (4/5) com a participação da brasileira Tota Magalhães. Aos 24 anos, a ciclista será uma das sete integrantes da equipe espanhola Movistar  na 11ª Vuelta España Femenina, ou, simplesmente, La Vuelta.

A prova de 7 etapas larga em Barcelona com uma crono por equipes e, por isso, teremos a oportunidade de ver Tota Magalhães usando a camisa de campeã brasileira de contrarrelógio pela primeira vez desde que chegou ao WorldTour, a primeira divisão do ciclismo mundial.

“É sempre um privilégio poder usar a camisa de campeã nacional. Levar a bandeira do Brasil. Será a primeira vez que vou usá-la com a Movistar”, diz a ciclista, que no ano passado correu a Vuelta a España com a camisa de campeã brasileira de estrada alusiva ao título de 2023. Ela ainda integrava o time italiano Be Pink – Bongioanni.

Campeã brasileira de crono, Tota Magalhães usará uma camisa alusiva ao feito no domingo (Divulgação)

Em 2025, será a 4ª vez que a brasileira corre a volta espanhola. E isso tem um significado especial para ela, pois foi marcou sua estreia no pelotão europeu. “É a prova que eu tenho mais carinho. Justamente por ter sido minha primeira corrida na Europa”.

Essa continuidade reflete o bom momento da brasileira. “Desde a minha participação, em 2022, eu tinha o sonho de correr no WorldTour e a Movistar sempre permeou esse imaginário. Então, largar para essa 4ª participação com nesse nível e com esse time me deixa muito feliz. Representa a minha trajetória até aqui”.

Em 2024, Tota Magalhães correu La Vuelta pela Be Pink om a jersey de campeã de estrada. (Divulgação)

ADAPTAÇÃO AO WORLD TOUR

Os primeiros meses com a Movistar têm sido de muito aprendizado e adaptação tanto para a ciclista quanto para a equipe. “É sobre o que temos em troca. O que eles me oferecem e o que eu posso entregar para eles. É um momento de me conhecer melhor como ciclista também. Eu estou feliz em curtir esse processo. Treinando bem, competindo bem. Espero que La Vuelta seja mais uma boa semana de ciclismo e boas memórias”, completa a brasileira que tem contrato até o final de 2026.

Fato é que o desempenho de Tota Magalhães até aqui agradou os dirigentes espanhóis, que confiaram nela para o importante evento, afinal, a Movistar representa o ciclismo espanhol “em casa”. “Eu não tinha como expectativa inicial correr essa prova. Porém, eles fizeram esse ajuste. Eu gostei. Até pelo carinho que eu tenho por essa corrida”.

Tota fez uma ótima estreia na sua primeira Monumento este ano, a Volta de Flandres (Divulgação)

Depois da Volta de Flandres eu tive um bloco de três semanas de treinamento em Girona [onde Tota tem sua base na Europa] e me sinto muito bem fisicamente e animada para alinhar no domingo.

TOTA GREGÁRIA

O papel da brasileira é muito claro. Trabalhar pelo time que tem a suíça Marlene Reusser e a alemã Liane Lippert como líderes. “São duas cartas muito boas que nós temos para jogar. Meu papel será ajudá-las como uma boa gregária. Espero que esse esforço nos renda as esperadas vitórias”.

 

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A Movistar não faz um ano excepcional. Conta com apenas uma vitória no ano, com Reusser no Challenge de Mallorca. Entretanto, Tota não acha que o time chega pressionado. “A Movistar sempre entra para brigar por vitórias. Então, não vai ser diferente na Vuelta e eu acho que temos um time muito forte para fazer isso acontecer. Tivemos bons resultados, apesar de só uma vitória”.

Sobre o percurso em si, a ciclista considera que ele será gradativamente exigente. O plano é transpor com segurança as primeiras etapas e deixar as líderes em condição de brigar nas etapas decisivas no final. “A prova vai ficando mais dura ao longo dos dias. Então, acho que é um pouco de guardar energia das líderes para o final elas poderem brigar pela corrida na última etapa, que será duríssima”.

VUELTA COM SURPRESAS

Agora na FDJ, Demi Vollering segue favorita na defesa do título  (Divulgação)

Tota Magalhães comemora o bom momento do ciclismo feminino. Entre as 133 ciclistas do pelotão, todavia, estarão boa parte das ciclistas de destaque na atualidade. Contudo, sempre há margem para surpresas. “Claro que tem as favoritas, mas é muito imprevisível. Isso dá para notar olhando as clássicas de abril. Quase ninguém repetiu vitória. Nenhum grande domínio. E eu acho que é isso que nós gostamos, como espectadores de ciclismo”.

A Vuelta a España, sobretudo, promete ser ser igual. Até porque, a princípio, quem brilhou nas provas deste ano vai estar aqui: Demi Vollering, Kasia Niewadoma, Pauline (Ferrand-Prevot), Reusser, Lippert, Marianne Vos. “Vai ser uma corrida muito boa para testar todo mundo e eu me sinto afortunada de estar presente neste momento”, conclui a brasileira, muito mais do que uma espectadora, uma peça cada vez mais importante nesta engrenagem.

EQUIPES CONFIRMADAS

COMO ASSISTIR?

Este ano a prova não terá transmissão com narração em português, entretanto, a ESPN vai exibir as etapas pelo Disney+. Lembrando que esse pacote não é o básico oferecido pelo serviço de streaming.

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