Trek no Brasil: como a chegada da marca influenciou o mercado de bicicletas no país
Conheça a trajetória desta marca americana que trouxe para o país, além de bicicletas, a ideia das lojas conceito
As bicicletas TREK desembarcaram pela primeira vez no Brasil em 1991. O país tinha acabado de abrir suas fronteiras para as importações e o mundo vivia a empolgação do MTB e todas as possibilidades que a nova modalidade trazia para os apaixonados por bicicleta.
Peter Way, um americano de origem chinesa, foi o primeiro importador no Brasil da Trek, marca americana criada por Dick Burke e Bevil Hogg em 1976 na cidade de Waterloo, localizada no estado norte-americano de Wisconsin. Ele trouxe a marca de uma maneira bastante curiosa.
Mais do que importar bicicletas desejadas e repletas de inovação, Peter queria algo bastante ousado para a época: a criação de uma cadeia de lojas próprias espalhadas pelo Brasil. Quem gosta de bicicleta já deve ter ouvido falar ou até foi cliente de uma BikeTech, a rede criada por ele para vender Trek no Brasil.
“A rede de Bike Techs pelo Brasil foi algo incrível!”, lembra com entusiasmo Roberto Allegrini Júnor, da Trek Bicycle Store (Tutto Bike) e que vende a marca há mais de 25 anos. “O Peter criou um padrão de atendimento e de serviço. As lojas eram lindas, vendiam bicicletas, acessórios etc. e as oficinas, as únicas no país que tinham ferramentas Park Tool.”
Além da cadeia de lojas, outra característica da gestão de Peter foi escolher a dedo as bicicletas com as maiores inovações e tecnologia da marca para trazer ao Brasil. Porém, essa operação durou cinco anos. Os negócios não iam bem e Peter começou a vender as lojas – muitas delas, como a de Curitiba, são ainda daquela época – e acabou desistindo da distribuidora no país.
A partir de 1997 a importação da Trek no Brasil passou para as mãos do grupo Pulligan, uma empresa têxtil que produzia meias. A estratégia desse novo distribuidor, ao contrário de Peter, era trazer para o Brasil bicicletas de entrada e até algumas intermediárias.
A ideia era ter preços acessíveis e ganhar com a quantidade de vendas. “E foi isso mesmo que aconteceu, eles venderam bastante. Até porque, nessa época, até mesmo os modelos mais baratos, tinham uma qualidade muito superior aos da mesma faixa de preço disponíveis no mercado”, lembra Roberto.
Tudo ia bem com as bicicletas, mas em 1999, a fábrica de meias faliu e isso acabou prejudicando também os negócios com a Trek. Após um hiato de seis meses, logo no início de 2000, a operação da marca no Brasil mais uma vez mudou de mãos e foi assumida pela uruguaia Trek International, que já representava a marca há anos no Uruguai.
Segundo Roberto, a distribuidora trabalhava bem e seguia a mesma linha da Pulligan. Ou seja, traziam apenas bicicletas de entrada da marca americana. “Dessa época a única coisa que sinto é que a gente poderia ter vendido muita bicicleta de estrada. Era o auge de Lance Armstrong e, nessa época, a importadora simplesmente não trazia bicicletas desse tipo”, lembra Roberto.
A partir de 2012 os uruguaios começaram a enfrentar sérios problemas com a importação e em outubro desse mesmo ano, a empresa uruguaia desistiu do Brasil. Desta vez, porém, a marca americana decidiu que era o momento de criar uma subsidiária por aqui.
E assim, em fevereiro de 2013, começa a transição. “Partimos do zero, da criação de um CNPJ à formação de equipe”, lembra Luis Felipe Praça, Country Manager da Trek no Brasil, que foi o responsável pela instalação da subsidiária no país. Foi um período bastante desafiador, lembra ele, pois apesar de a marca já estar no Brasil há pouco mais de 20 anos, ela estava no lugar errado.
“A Trek naquele momento era a quinta marca premium”, lembra Felipe. E, ao mesmo tempo, as grandes marcas já estavam estabelecidas. Além disso, as sucessivas trocas de operações deixaram um grande prejuízo: os lojistas que eram exclusivos, não conseguiam mais vender apenas Trek e estavam desacreditados da marca.
“Nossa primeira ação foi resolver a questão do suprimento. Fizemos muito estudo de mercado para saber quais eram as necessidades e como dar continuidade nos estoques”, lembra Felipe.
Em seguida, a estratégia foi o fortalecimento da marca, por meio de propaganda em mídia especializada e participação em campeonatos esportivos. “Ao mesmo tempo, fomos trabalhando com muita dedicação para reconquistar a confiança dos lojistas”, conta Felipe. “Aos poucos, fomos subindo o tíquete médio dos produtos disponíveis.”
Atualmente a marca conta com 20 lojas conceito pelo Brasil, incluindo a Tutto Bike, que virou loja exclusiva em 2015. “Sou a terceira geração da família à frente desta loja, que foi inaugurada em 1976. Ter uma loja exclusiva virou um sonho desde o dia, no começo dos anos 2000, em que fui visitar a fábrica da Trek”, lembra Roberto.
Segundo Felipe, este é um modelo de negócio vencedor na política da empresa. “Sabemos que em uma loja monomarca, a oferta de produtos é mais focada, a equipe é melhor treinada e a experiência da marca é melhor”, diz Felipe. “Prezamos muito nossos parceiros e valorizamos o poder consultivo que eles têm na hora da venda, impedindo muita gente de sair com a bicicleta errada de dentro da loja.”
Duas vezes por ano, conta Felipe, os lojistas recebem consultoria. “Sentamos e olhamos juntos os números financeiros, os indicadores de sucesso e como podemos fazer para ser ainda mais rentáveis.”
Outro motivo de orgulho da marca são as políticas de sustentabilidade. “Estamos hoje com apenas 20% das peças plásticas que vinham dentro de uma caixa de bicicleta há dois anos. Temos um limitador de frete aéreo e a sede administrativa, assim como a fábrica são auto suficientes em energia”, explica Felipe.
Outra novidade é que a Trek passou também a patrocinar atletas da categoria Júnior, como Gabriella Ferolla e Guilherme Galvão Júnior. “Queremos investir na base, é onde mais precisa”, diz ele, que também prevê um bom futuro para a Trek. “É uma marca que só tende a crescer, é o que planejamos para os próximos três anos!”
Linha do Tempo
1976 – Dick Burke e Bevil Hogg criam a Trek em Waterloo, localizada no estado norte-americano de Wisconsin.
1991 – Peter Way traz, pela primeira vez, as bicicletas Trek para o Brasil.
1992 – Começa a criação da rede Bike Tech de lojas para venda exclusiva de produtos e serviços Trek.
1997 – O grupo têxtil Pulligan, fabricante de meias, assume a distribuição da Trek no Brasil.
1999 – Com a falência da empresa de meias, a operação no Brasil passa a ser feita pelo importador da Trek baseado no Uruguai.
2012 – O distribuidor uruguaio começa a enfrentar problemas com a importação no Brasil e desiste da representação em outubro.
2013 – Em fevereiro, a Trek abre uma subsidiária no Brasil.
2015 – Em setembro, a Trek abre a sua primeira loja conceito no Brasil, um projeto entre a marca e a tradicional loja Tutto Bike, em São Paulo.
2018 – Chegada das primeiras bicicletas elétricas da marca no Brasil.
2023 – A marca passa a patrocinar os atletas Gabriela Ferolla e Guilherme Galvão, ambos da categoria Júnior.
Possuo uma Trek Gary Fisher, Tassajara ano 1997 que até os dias de hoje sondásseis para pedalar com ela. Seu quadro cromoly é muito bom, lelé e resistente.
Andei por algumas vezes com a Bike amei demais, sou ciclista a mais de dez anos , faço parte de um grupo de pelo menos 270 ciclistas de todos os tipos, penso em adquirir uma Trek mas no momento não disponho de tanto para adquiri-la, será que eu encontraria uma Trek boa para Montain bike e com preço mais accessível.
bom dia estou atrás de uma bateria extra para a ebike rail 7 .. minha trek bateria é de 630w preciso de uma extra pq meus pedais são acima de 115km ja tive o desconforto de ficar sem bateria.. gostaria de comprar uma para por ali no local da garrafa de agua.. poderia me ajudar com os modelos ?