Skip to main content

Palmas expande malha cicloviária e se torna mais atrativa para ciclistas

19 de julho de 2023

Capital brasileira que mais cresceu proporcionalmente em ciclovias e ciclofaixas em um ano ainda tem pontos críticos a serem resolvidos

Com um crescimento de 39,82% em um ano, passando de 49 para 68,51 quilômetros, Palmas (TO) foi a capital brasileira que mais expandiu sua malha cicloviária em termos percentuais de 2022 para 2023, segundo o recente levantamento feito pela Aliança Bike. Esse aumento tem melhorado a vida dos ciclistas na cidade, confirma Parriul, como é conhecido o professor e gerente do Senac, que pedala há mais de 20 anos e é um dos fundadores do Pedais e Trilhas, um coletivo com mais de mil integrantes que promove a bicicleta na região.

“Esse crescimento é legal, a malha cicloviária realmente cresceu aqui em Palmas e está sendo usada. Tem um número grande de pessoas pedalando, principalmente depois da pandemia. Mas ainda tem problemas de manutenção, de falta de sinalização vertical, de rebaixamento de calçadas”, pondera Parriul.

Palmas é plana, mas o fator que mais atrapalha uma boa pedalada é a alta temperatura, chegando a 40 graus ao meio-dia. Por isso, a maior reivindicação dos ciclistas é a implementação de uma ciclovia no canteiro central da Avenida Teotônio Segurado, que corta a capital de ponta a ponta e já conta com árvores para proteger o pedal do sol, além de ligar com mais eficiência as diversas regiões da cidade.

Segundo Parriul, a atual malha cicloviária passa no entorno das quadras e se conectam, mas não contemplam os bairros mais distantes, o que poderia ser corrigido em parte com a ciclovia em toda Av. Teotônio Segurado. “A maioria dos trabalhadores mora longe e vai de bike trabalhar, e sem integração com o transporte urbano. A estrutura na Teotônio Segurado já existe, pois ali era para ser uma linha de BRT, mas o projeto foi embargado”, conta ele.

Por ser uma cidade nova e pequena em comparação com as outras capitais, o acesso ao poder público é mais fácil. De fato, Parriul confirma que as reivindicações dos ciclistas, como apontar a falta de sinalização ou a existência de buracos nas vias, chegam à prefeitura, e muitas vezes são atendidas. “Rola essa parceria, nós vamos cobrando e eles vão acatando, a administração pública não se omite”, diz ele, confiante que a situação tende a melhorar.

Outra característica de Palmas é a sua localização geográfica, fácil de conectar com as cidades próximas, permitindo o incremento do cicloturismo e do mountain bike. A região conta com várias opções de pedal pelo estado, e Parriul destaca as mais recentes: a Trilha Rívoli, uma rota de montanhas com cerca de 20 quilômetros toda sinalizada, e a Palmas-Taquarussu, que margeia o asfalto e liga a capital ao distrito cultural com metade de seu percurso, de cerca de 40 quilômetros, sinalizada.

Nesse pique de cicloturismo e mountain bike, Parriul forma grupos para pedais de longa distância, como a travessia da Ilha do Bananal, num percurso de 200 quilômetros ida e volta com direito a passagem por terras indígenas, e a visita ao Centro de Pesquisas Canguçu, uma parceria com a Universidade Federal do Tocantins para observação da fauna local, numa trilha aberta de 50 quilômetros e mais 15 quilômetros em trilha fechada.

“No geral, a grande necessidade de Palmas é de mais campanhas de conscientização para incentivar as pessoas a usarem a bike, inclusive para trabalhar. Nesse sentido, falta sensibilidade do poder público”, conclui ele, que destaca que os bicicletários na cidade são modernos e eficientes e suprem as carências dos ciclistas. “Está evoluindo”, finaliza.

COMPARTILHE:

Receba nossas novidades por e-mail

Paulo Cabral

Paulo Cabral é jornalista formado pela Universidade de Brasília com anos de experiência em rádio, TV e revistas. Ciclista de passeio, acredita na bicicleta como forma de ocupação sustentável e democrática das cidades.

Envie sua mensagem