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Em Niterói (RJ), a Ciclovia da Av. Marquês do Paraná já é a mais movimentada do Brasil com média diária de 4.775 passagens

Contador faz parte do sistema Contabike, que tem outros 11 equipamentos espalhados pela cidade

11 de junho de 2024

Divulgação/Prefeitura de Niterói

Se tem uma imagem de encher os olhos de qualquer um que acredita nas cidades acessíveis, essa é com certeza o trânsito de bicicleta. Foi-se o tempo que tratava-se de um cenário europeu, com a Av. Faria Lima, em São Paulo, sempre se destacando no noticiário nacional. Contudo, a ciclovia monitorada mais movimentada do nosso país está em outra cidade: Niterói (RJ), que galga há anos a posição de capital da bike com novas estruturas, políticas integradas, o maior bicicletário público da América Latina e agora a ciclovia mais movimentada.

Desde que foi instalado, em março passado, na Avenida Marquês do Paraná – que conecta o bairro de Icaraí com o Centro da cidade, sendo uma importante rota de acesso à região central, às barcas e ao bicicletário Araribóia – o contador de ciclista aferiu média diária de 4.775 ciclistas passando. A média por mês é de 122.500 passagens, com pico em 10 de abril marcando 5.530 ciclistas. Em comparação com a Avenida Brigadeiro Faria Lima, o fluxo é 26% maior, já que a avenida na capital paulista contabiliza média diária de 3.767 passagens e 105 mil no mês.

Fortaleza também está na frente de São Paulo; a capital cearense é outra que vem investindo na mobilidade por bicicleta e recentemente instalou 5 pontos de contagem nas avenidas Beira Mar, Bezerra de Menezes, Germano Franck, Oliveira Paiva e Dom Luis. A mais movimentada delas é a Av. Beira Mar, com média diária de 3.863 passagens. Mas diferentemente das contagens em Niterói e São Paulo, realizadas com contador fixo, em Fortaleza o sistema se dá por leitura de imagem e inteligência artificial.

O contador na Av. Marquês do Paraná faz parte do sistema Contabike, lançado em fevereiro deste ano pela Prefeitura de Niterói e que conta com outros 10 equipamentos espalhados pela cidade, em pontos também importantes como Avenida Amaral Peixoto e a Rua São Lourenço. Uma particularidade do contador na Ciclovia da Marquês do Paraná é que ele possui um totem que mostra em tempo real o número de ciclistas passantes.

“Niterói está na vanguarda das cidades brasileiras que investem em mobilidade ativa, e o CONTABIKE, maior rede de contadores automáticos de bicicleta do país, é um exemplo claro de como estamos trabalhando para transformar a experiência dos ciclistas e melhorar a qualidade de vida urbana”, comentou Helena Porto, atual Coordenadora do Programa Niterói de Bicicleta

Investimento a longo prazo

Há pelo menos uma década, Niterói vem fazendo investimentos consistentes na mobilidade por bicicleta. Hoje a cidade conta com cerca de 84 km de estruturas e a promessa é chegar aos 120 até o final de 2024. Também está em implantação o sistema de bikes compartilhadas Nit Bike, com 10 estações, que serão expandidas gradativamente. Quando totalmente implantado, o serviço terá 50 estações, 46 para adultos e quatro para crianças, em um raio de 5 km do Centro de Niterói, totalizando 600 bikes oferecidas gratuitamente no município.

Na cidade também está localizado o maior bicicletário público da América Latina, com quase 500 vagas horizontais e verticais, o Bicicletário Araribóia tem projeto de expansão e melhora na integração com usuários. O equipamento foi inaugurado em 2017, a partir de reivindicações da sociedade civil e fica ao lado da Estação das Barcas de Niterói.

Divulgação/Prefeitura de Niterói

As contagens de ciclistas integram uma série de ações para promover o uso da bike na cidade e, segundo o ex – Coordenador do Programa Niterói de Bicicleta, Filipe Simões, a automação das contagens agora diárias dão ainda mais robustez para o suporte à políticas públicas de mobilidade.

“Demos prosseguimento aos dados históricos que vinham sendo coletados por contagens manuais mensais, mas agora conseguimos fazer análises mais aprofundadas como, por exemplo, o impacto de eventos climáticos e de outras incidências como uma eventual greve de transporte público e interdições no trânsito”, avalia Simões.

Impacto no comércio local

Proprietário da loja Amazonas Bike, Claudio Santos celebra os frutos do trabalho conjunto entre poder público e sociedade civil organizada, que refletem no número de ciclistas e no aumento significativo da venda de bikes, itens relacionados e serviços.

“Hoje são duas lojas na cidade, no centro e na Roberto Silveira. Quando você investe em ciclovia você também fomenta o mercado e gera emprego, hoje temos ao todo 43 funcionários e os planos são de ampliação para uma terceira loja aqui na região oceânica por conta da crescente demanda”, celebra Santos.

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Giuliana Pompeu

Coordenadora de Comunicação da Aliança Bike e Co-fundadora da HUB Conteúdo, é jornalista e produtora. Formou-se em Comunicação Social na Faculdade Cásper Líbero em 2017, onde dirigiu o documentário Ela Pedala. Assessora e idealiza projetos que usam a bicicleta para promover cidadania, cultura, saúde e diversão. Atualmente, coordena a comunicação da Aliança Bike e do Instituto Aromeiazero.

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