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Brasil faz boa participação no Campeonato Pan-Americano de Ciclismo de Estrada, mas pódio não vem

No último final de semana, entre os dias 12 e 15 de maio, ocorreu a edição do Campeonato Pan-americano de Ciclismo de Estrada em San Juan, na Argentina. A seleção brasileira disputou o torneio com 15 atletas, entre eles André Gohr, Ana Victoria Magalhães, Kleber Ramos, Pedro Leme e Lauro Chaman. Mesmo com empenho importante dos atletas, o Brasil ficou de fora dos pódios mais uma vez.

Apesar da ausência de medalhas, a comitiva brasileira vem dando sinais de melhora em relação aos anos anteriores, conquistando cada vez mais espaço no Pan-americano.

Conversamos com Leandro Bittar, jornalista e criador da Gregário Cycling, que nos contou um pouco sobre a sua percepção a respeito do rendimento brasileiro no Pan.

“O resultado não assusta, frustra. É novamente um choque de realidade de onde estamos no cenário pan-americano”, afirmou Leandro Bittar sobre o desempenho brasileiro na competição

Para Bittar, de uma forma geral, a participação brasileira foi honrosa, a equipe competiu em todas as modalidades com mérito, indicando que o país fez um bom papel. Entretanto, ainda é preciso analisar o que os outros países estão fazendo que os mantém sempre à frente do Brasil nas disputas.

Gohr junto com companheiros de fuga. (Foto/ Divulgação)

Mais Provas

Segundo Leandro Bittar, a ausência de boas provas no Brasil é o principal problema. “Eu deduzo que os outros países tenham uma constância maior, o calendário argentino é muito mais cheio de provas e equipes do que o nosso, o Uruguai tem um trabalho muito sério de formação, e todos esses países passam por dificuldades muito parecidas com as nossas”, afirmou.

Outro aspecto a ser melhorado é a colocação do Brasil no ranking UCI. “Eu imagino que a seleção, agora com a volta do Antonio Carlos Silvestre [coordenador técnico do ciclismo de estrada masculino], tem motivo para ser otimista e conquistar novos cenários”, explica Bittar.

Preparo

Leandro Bittar evidencia ainda a experiência internacional dos ciclistas como um forte ponto positivo da seleção brasileira. Isso porque o novo modelo de participação permite que ciclistas participem de competições, em equipes pequenas no exterior, ao invés de aguardar por competições nacionais ou pela convocação da Confederação para representar o país em competições internacionais. “Dois dos cinco ciclistas da sub-23 já competem lá fora e isso pode ser muito positivo [para o ciclismo brasileiro]”.

Além disso, segundo o jornalista, o país precisa dar continuidade a trabalhos e políticas que trazem bons resultados para o ciclismo, pois a inconstância destas iniciativas impede o pleno desenvolvimento dos atletas e, portanto, dos resultados nas competições. “No último ciclo olímpico, quando viu que estava fora dos Jogos Olímpicos, o Brasil começou a trabalhar com jovens ciclistas correndo internacionalmente, já apostando em uma renovação. De repente esse trabalho parou e esses ciclistas, que tiveram um apoio lá atrás, não vão trazer um retorno para a seleção agora”, explicou o jornalista.

Convocação

Atletas femininas do Brasil na Argentina. (Foto/ Divulgação)

Quanto à equipe, Bittar avalia como “muito bem equilibrada”. E comentou sobre a ausência de alguns nomes como Wellyda dos Santos e Vinicius Rangel na comitiva brasileira. Como possíveis motivos para estas ausências, o jornalista sugere outros interesses da equipe e o risco ainda alto da Covid-19, como ocorreu com a atleta Ana Polegatch, que testou positivo dias antes do embarque para a competição.

“É preciso explicar para o público comum que outros ciclistas latinos não compareceram pois o calendário europeu, nesse momento, tem eventos importantes e eles estão sendo requisitados”, finaliza Leandro Bittar.

E vocês, caros leitores? Acreditam que o Brasil está no caminho certo para o desenvolvimento do ciclismo de estrada? O que não está sendo feito?

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