Economia da Bicicleta no Brasil
A Aliança Bike e o Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LABMOB/UFRJ) apresentam este estudo, cujo objetivo é mapear e monetizar o complexo econômico da bicicleta. A partir do desenvolvimento de um arcabouço metodológico próprio, buscou-se definir um conjunto de indicadores que fosse representativo da “Economia da Bicicleta” no Brasil.
O presente documento aponta os resultados deste estudo derivados da proposta da metodologia de coleta, sistematização e análise dos dados que compõem o complexo econômico da bicicleta.
É preciso dizer que muitos foram os desafios para o desenvolvimento deste trabalho, sendo o mais importante o de ordem metodológica. Foi necessária a identificação das atividades econômicas que, agregadas, formam o Complexo Econômico da Bicicleta no Brasil. Nesse ponto, foi fundamental o diálogo com as instituições parceiras, que são fontes de conhecimento sobre o uso da bicicleta, sua história e, mais do que isso, seu lugar na sociedade brasileira. Desafio igual foi buscar classificações econômicas que, ao serem identificadas, respondessem a essas atividades – ou seja, em que medida as atividades econômicas relacionadas à bicicleta e reconhecidas/percebidas por indivíduos, grupos sociais ou pela sociedade são contempladas pelas classificações estatísticas oficiais.
Muitas delas não encontraram respaldo nas classificações econômicas tradicionais, por isso foi necessário buscar classificações alternativas para os casos em que as primeiras não davam conta de responder aos nossos questionamentos. E, nesse ponto, mais uma vez os parceiros e colaboradores foram fundamentais para que avançássemos no estudo.
Por fim, a análise foi desenvolvida a partir da concepção de cinco dimensões analíticas através das quais a Economia da Bicicleta foi observada: Cadeia Produtiva, Políticas Públicas, Transporte, Atividades Afins e Benefícios e que foram distribuídas em 22 temáticas associadas a cada um desses grupos.
A dimensão Cadeia Produtiva revelou, entre outros achados, que o Brasil produziu, em 2015, segundo dados do IBGE, mais de 5 milhões de bicicletas. Em Políticas Públicas, indicou-se a participação econômica da bicicleta em seu tratamento na esfera pública de forma tanto direta como indireta. Estimou-se que o poder público tenha investido R$ 1.200.695.380,00 para a implantação de 3.008,5 km de rotas cicláveis nas 27 capitais, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro.
Esta pesquisa contou com o apoio da Aliança Bike, do Banco Itaú e do Instituto Clima e Sociedade.