O setor de bicicletas no Brasil

Nesta área do site, organizamos um resumo dos principais dados e indicadores relacionados diretamente ao setor de bicicletas e componentes no Brasil, tais como produção (fabricação e montagem), importação e exportação, comércio atacadista e comércio varejista, bicicletas elétricas e vendas.

Os dados contemplam inúmeras fontes, sendo a maioria fontes oficiais como o IBGE, o Siscori (Receita Federal), a Comexstat, a Rais, entre outras. Ao final incluímos dados de uso de bicicletas pelo país, utilizando como base o SIMOB/ANTP.

Produção de bicicletas

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de bicicletas, por vezes superando a produção de 4 milhões de bicicletas por ano. A maior concentração de unidades fabris está localizada na região sudeste, com 168 fábricas, e São Paulo é o Estado que gera mais empregos nesta atividade, com 3.530 empregos diretos.

Importação e Exportação de bicicletas

Desde 2011 o volume de bicicletas (montadas) importadas vem diminuindo ano a ano. As exportações, no entanto, vêm crescendo, apesar do volume ser pequeno em comparação com a quantidade de bicicletas produzidas e importadas no país.

Comércio atacadista

Responsável pela distribuição de bicicletas e componentes ao varejo, o comércio atacadista possui uma característica mais concentrada de empresas, especialmente na região Sudeste – apenas o Estado de São Paulo, por exemplo, concentra 74 dos 269 estabelecimentos do país. As empresas de comércio atacadista de bicicletas e componentes geram mais de 3.200 empregos diretos no país.

Comércio varejista

As lojas de bicicletas representam a atividade da cadeia produtiva mais pulverizada pelo território nacional, estando presente em todas as Unidades da Federação e na maior parte dos municípios. É também o vetor da economia da bicicleta que mais emprega no país, com mais de 14 mil empregos diretos.

  • O Brasil tem 8.936 estabelecimentos de comércio varejista de bicicletas. 39% dos municípios brasileiros têm ao menos um comércio de bicicletas.
  • 42% das lojas de bicicletas estão na região Sudeste; 25% no Nordeste; 16% no Sul; 10% no Centro-Oeste; e 7% no Norte.
  • O Estado de SP concentra 22% de todos os estabelecimentos de comércio varejista de bicicletas, seguido por MG (12%) e PR (6,6%).
  • São Paulo é a cidade com o maior número de comércio varejista de bicicletas, somando 312 estabelecimentos. Brasília e Rio de Janeiro (130 cada), Fortaleza (102) e Curitiba (97) vêm na sequência.
  • Fora das capitais, as cidades com o maior número de lojas de bicicletas são Ribeirão Preto (SP), com 57 estabelecimentos; Vila Velha (ES), com 53; Itajaí (SC), com 41 e Campinas (SP), com 36.
  • Os estabelecimentos varejistas de bicicleta, em sua grande maioria (91% dos casos), são microempresas com até quatro funcionários. Praticamente metade desse valor é composta por empreendimentos sem nenhum funcionário (apenas com o/a proprietário/a trabalhando).
  • O comércio varejista de bicicletas gera 147 empregos diretos (formais) nesta atividade.
  • A Região Sudeste concentra 6.253 (44,2%) dos empregos diretos, seguida do Nordeste, com 3.540 (25%).L
  • O Estado de SP concentra 44% do número de empregos diretos nesta atividade, seguido do Estado de MG, com 12%.
  • Considerando trabalhadores com vínculos ativos em 31/12/2018 (RAIS), o salário mensal médio foi de R$ 1.373,06 naquele ano, aproximadamente 43% acima do salário mínimo no mesmo período. Nos quatro anos analisados (2014-2018), o aumento na massa salarial seguiu uma trajetória similar à do salário mensal médio, atingindo o valor de mais de R$ 231,6 milhões em 2018.
  • Entre os estados, o destaque é Santa Catarina, em que os trabalhadores têm salário mensal médio de R$ 1.724,43, seguido de São Paulo e Paraná, onde se recebe por mês pouco mais de R$ 1.500,00.
  • Entre os empregados no comércio varejista de bicicletas, apenas 23,3% são mulheres, 54,4% são brancos, 45% têm entre 18 e 29 anos e 77,6% têm até o ensino médio completo.
      • Sobre a divisão de gênero, a ocupação no comércio varejista onde as mulheres são preponderantes é a de “operadora de caixa”, onde 89,2% são mulheres. A ocupação onde há o menor número de mulheres atuando é a de “mecânico de manutenção de bicicletas”, onde apenas 1% são mulheres.

Todo ano a Aliança Bike realiza um survey online com centenas de lojistas de todo o país. Confira alguns destaques da pesquisa de 2020:

  • 30% das lojas de bicicletas do país têm faturamento de até 200 mil por ano. 14% têm faturamento acima de 2 milhões de reais.
  • Mais de 80% das lojas são optantes pelo regime fiscal do Simples Nacional.
  • A mediana de bicicletas comercializadas, por loja, é de 200 unidades por ano.
  • ⅓ das lojas comercializam bicicletas entre 200 e 2 mil reais.
  • O perfil mediano de composição do faturamento das lojas é de 50% venda de bicicletas inteiras; 20% venda de componentes; 20% venda de acessórios e 10% mecânica.
  • Sobre os modelos de bicicletas comercializados nas lojas, 95% delas comercializam mountain bikes; 83% bicicletas urbanas; 82% bicicletas de estrada (road/speed); 81% infantis; e 53% já comercializam bicicletas elétricas.
  • As plataformas de marketplace mais utilizadas pelos lojistas que têm vendas online são: Mercado Livre (77%); Facebook (37,5%); Americanas.com (31%); Submarino (25%); OLX (23%) e Via Varejo (14,5%).
  • Lojistas enxergam como maiores entraves para o aumento do uso da bicicleta: o volume dos impostos sobre bicicletas e componentes (mais de 95% concordam totalmente); a necessidade de aumento da segurança contra roubos e furtos de bicicletas (90% concordam totalmente); e do aumento da oferta de ciclovias, ciclofaixas e bicicletários (cerca de 88% concordam totalmente).
  • Questionados sobre o que faria com que as vendas de bicicletas elétricas aumentassem no país, 97% dos lojistas responderam que concordam que “reduzir o preço para o consumidor final” é uma das medidas mais importantes.
  • Quanto ao contexto da pandemia e as percepções do mercado no futuro próximo, em torno de 90% dos lojistas esperam que o setor cresça nos próximos anos.

Bicicletas elétricas

O mercado de bicicletas elétricas no Brasil está em ascensão. Segundo cálculos da Aliança Bike, as vendas de bicicletas elétricas vêm crescendo em média 30% ao ano. Os gráficos abaixo representam um apanhado do que consta na Revista Bicicletas Elétricas (download aqui), indicando o tamanho deste mercado e o perfil de ciclistas de bicicletas elétricas.

Utilização

Definir qual fonte confiável utilizar para falar sobre o uso de bicicletas no país é um desafio em si. Poucas regiões metropolitanas possuem pesquisas de origem e destino e poucos municípios – dos 5.570 municípios brasileiros – monitoram as viagens realizadas por cada modo de transporte. Os dados abaixo se referem ao SIMOB – um levantamento anual realizado pela Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) para monitorar as viagens realizadas por cada modo de transporte nas cidades brasileiras. A bicicleta é responsável, em média, por 3% de todas as viagens realizadas diariamente no território nacional.

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